Campus do Sertão estuda a realidade histórica e cultural do semiárido alagoano e suas áreas de influência

“Olhares de Clio” é promovido pelo curso de História e conta com participação de universitários e alunos do ensino fundamental e médio e representantes da sociedade local


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José Vieira da Cruz, um dos coordenadores do projeto
José Vieira da Cruz, um dos coordenadores do projeto

Diana Monteiro – jornalista

Em desenvolvimento no Campus do Sertão, o projeto de extensão “Olhares de Clio” consiste numa ação educativa pensada a partir do tripé ensino, pesquisa e extensão. O objetivo é disponibilizar para estudantes, profissionais do ensino fundamental, médio e superior e para a comunidade formação continuada interdisciplinar e transversal, voltada ao campo do saber e do ensino de História e de áreas de conhecimento próximas, a exemplo da Educação, Literatura, Sociologia e Antropologia. 

O projeto “Olhares de Clio” é coordenado pelos professores  do curso de História do Campus do Sertão, José Vieira da Cruz e Sheyla Farias, e tem duração de um ano, com atividades mensais e conclusão prevista para abril de 2014.  “Discutimos a formatação de uma atividade extensionista capaz de compartilhar o conhecimento acadêmico dos profissionais do ensino de História e de outros cursos. Também estimulamos novas práticas de ensino envolvemos a comunidade em torno de temáticas relacionadas à pesquisa e ao ensino da História. Em termos práticos, a formatação dessa perspectiva interdisciplinar permitiu-nos pensar o desenho de um curso de extensão com duração de aproximadamente 12 meses, com encontros mensais em debates com participação, como conferencistas, de pesquisadores de áreas temáticas”, destacaram os coordenadores.

O curso tem como local a sede do campus, em Delmiro Gouveia, e é realizado a partir das 18h. Além de alunos da graduação em História, conta com participação de graduandos em Pedagogia, Letras, Geografia e Engenharia Civil e de Produção, professores do ensino fundamental e médio e da comunidade local. “A construção da primeira edição desse curso tem sido um grande desafio e vem exigindo uma série de soluções criativas. É importante destacar o apoio recebido da direção geral e acadêmica do campus, assim como do Programa Institucional de Bolsas e Iniciação Docente (Pibid). Vale ressaltar a participação dos docentes do curso de História  e a parceria do Grupo Empresarial Bezerra, que tem viabilizado a hospedagem dos conferencistas”, disse José Vieira.  

O curso  dá direito ao certificado de 40 horas aos participantes que alcançarem 75 por cento de frequência nas atividades desenvolvidas.  

Formação acadêmica e desenvolvimento local

Segundo José Vieira e Sheyla Farias, a ideia inicial era oferecer um curso para estudantes, professores  e comunidade, interessados  no fazer História, mas o envolvimento dos professores do curso e o diálogo com colegas de outras áreas  favoreceram a ampliação da atividade de extensão.  “Esse novo olhar, assim como os olhares de Clio, musa grega da História, permitiu-nos pensar a composição das mesas-redondas e das conferências com profissionais do curso de Pedagogia e de Letras, fomentando um diálogo ainda mais interdisciplinar e multicultural”, frisaram.

A abertura do curso em 17 de abril, muito concorrida, foi marcada pela conferência da professora Janaína Mello, da Universidade Federal de Sergipe, que enfocou o tema “História e Patrimônio Cultural”. Na oportunidade, foram discutidos os significados do Registro do Patrimônio Vivo (RPV) em Alagoas, por meio da história do artesanato em barro da comunidade Muquém.  A atividade deste mês de junho ocorreu no último dia 17 e tratou sobre “História, Literatura e Estudos Culturais” e teve como conferencistas os professores da Ufal, Marcos Alexandre de Morais Cunha, e da Universidade Federal de Sergipe, Antônio Fernando de Araújo. A atividade para o próximo mês de julho está definida para o dia 18 e tem como temática “Documentação, Poder e Administração em Alagoas Colonial”, com o professor Antônio Filipe, da  Ufal.

Sobre a importância de ações de extensão para a formação acadêmica do Campus do Sertão, o professor José Vieira enfatiza que o principal desafio da atividade é o de construir pontes entre o conhecimento acadêmico e a sociedade. “No caso da proposta do projeto “Olhares de Clio”, por um lado, ele permite aos alunos, aos egressos e aos profissionais que já atuam no ensino de História e em outras áreas, aprofundarem seus conhecimentos e participarem das discussões que estão sendo construídas pela comunidade acadêmica. Por outro lado, ele possibilita a troca de experiências entre professores de vários cursos, campis e universidades sobre temas presentes na agenda de discussões tanto na esfera acadêmica quando na esfera do ensino”, declaram José Vieira e Sheyla Farias.

Os coordenadores fazem o destaque  também da ação para o desenvolvimento da região, enfatizando que a atividade de formação continuada, interdisciplinar e transversal, voltada para as questões do ensino, da produção do conhecimento e aberta à comunidade já é significativo. “Também representa, dentro do escopo do processo de interiorização do ensino superior, do qual a Universidade Federal de Alagoas faz parte, por meio dos campi do Sertão e Arapiraca,  o deslocamento de capital humano para o interior e a potencialização tanto de pesquisas quanto de um público crítico em relação à produção desse conhecimento”, disseram José Vieira e Sheyla Farias, destacando a missão da universidade.  

Mais informações sobre o projeto “Olhares de Clio” no blog: http://historiasertaoufal.blogspot.com.br/.