Geração tecnológica se reúne em congresso de Computação

Perfil de participantes é de pessoas jovens, sempre conectadas e entusiasmados com a área de Tecnologia da Informação


- Atualizado em
Caroline Lima e Marlon Lima, do curso de Engenharia da Computação da Ufal
Caroline Lima e Marlon Lima, do curso de Engenharia da Computação da Ufal

Lenilda Luna - jornalista

Caminhando pelo Centro de Convenções de Maceió é fácil ter uma ideia do perfil dos participantes do 33º Congresso da Sociedade Brasileira de Computação: são jovens entusiasmados com a área de Tecnologia da Informação. Até mesmo os pesquisadores com doutorado em Ciência da Computação ou Engenharia da Computação, são relativamente novos. Uma geração que já está familiarizada com software e hardware por todo lado, o tempo todo. Basta ver também a quantidade de gente conectada, em smartphones, tablets, notebooks e até em computadores espalhados pelas áreas de circulação. Até durante as palestras, o público está online, compartilhando e comentando o que está sendo exposto.

O Congresso reúne cerca de mil e trezentos participantes. Mais de 30% é da Universidade Federal de Alagoas. O restante veio de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e de Estados do Nordeste. Os amigos José Erick Primo Medrado, Leonardo Lima e Gutierre Souza vieram do Maranhão. Eles estão no primeiro período do curso de Ciência da Computação e procuram estímulo para enfrentar os desafios do aprendizado na área. "Por gostarmos de tecnologia, de saber de todas as novidades e de ficar horas na internet, muitas vezes pensamos que o curso é fácil. Mas não é só lidar com informática. Precisamos aprender bem Lógica e outros fundamentos da Ciência da Computação", ponderou Erick.

Os estudantes disseram que muitos colegas entram no curso com uma ideia equivocada e acabam desistindo de continuar os estudos. "No nosso curso, a desistência chega a 40% da turma. Após o primeiro período, os alunos que não têm uma boa base acabam não conseguindo superar o grau de dificuldade das disciplinas voltadas para a linguagem de programação e desenvolvimento. Acreditamos que participar de congressos como esse nos ajuda a ter uma ideia melhor da profissão e de como os conhecimentos são aplicados em necessidades concretas das pessoas e de toda a sociedade", destacou Leonardo.

Uma delegação maior, que veio do Instituto Federal da Bahia, em Paulo Afonso, compartilha da mesma preocupação que os estudantes maranhenses. É preciso buscar incentivo para continuar no curso. "No congresso, vemos que a área de Tecnologia da Informação está em expansão, se inova constantemente e por isso é um mercado de trabalho que está aberto, paga ótimos salários e exige profissionais com capacidade de criar e aplicar novas ideias", disse Lourinaldo Silva.

"Aqui estamos ampliando conhecimentos e aprendendo sobre temas relevantes para nossa área", completou Izael Pereira. "Para reduzir a pressão sobre os alunos, alguns professores colocaram em debate, aqui no congresso, formas mais interativas e dinâmicas de passar o conteúdo", destacou o estudante Douglas Barros.

O professor Othon Campos está responsável pela turma de Paulo Afonso e confirma: também no curso técnico os índices de repetência e evasão são altos. "No IFBA, chegamos a ter turmas que começam com 40 alunos, mas apenas 8 a 12 chegam a concluir o curso. As disciplinas técnicas exigem estudo e atenção. Nem sempre correspondem ao que os alunos acreditam que vão estudar", alertou.

De acordo com a ementa, o curso técnico em Informática prepara o profissional para operar e programar sistemas microprocessados, instalar e diagnosticar redes, fazer administração e manutenção de hardware e software, entre outras tarefas. Os alunos do ensino subsequente, em geral, se preparam para continuar os estudos em nível superior.

No terceiro período do curso de Engenharia de Computação da Ufal, os alunos Marlon Lima e Caroline Lima também avaliam o congresso como um espaço produtivo para compartilhar ideias e saber que pesquisas estão sendo realizadas, até mesmo porque, nessa área de conhecimento incorporando novas propostas, o intercâmbio e o trabalho em equipe é fundamental. "O nosso curso é ótimo, tem professores muito preparados, mas ainda estamos estruturando os grupos de pesquisa, já que o curso de Engenharia de Computação foi recentemente implantado na Ufal. Ainda nos apoiamos muito no curso mais antigo, que é Ciência da Computação, mas aos poucos vamos criando nossa própria identidade", disseram os estudantes.

Tanto no nível técnico quanto no ensino superior, os estudantes estão participando ativamente de painéis e palestras e apresentando trabalhos de pesquisa. Além disso, os iniciantes na área estão tendo a oportunidade de acompanhar debates com pesquisadores conceituados sobre temas importantes, que ensejam estudos teóricos e práticos, como redes veiculares, redes de sensores sem fio, computação sensível ao contexto, que tem muita aplicação na arquitetura de prédios sustentáveis, e várias outras aplicações das TIs no cotidiano das cidades.