‘Ufal em defesa da vida’ cobra providência do MP para casos impunes

Representante do programa e familiares de vítimas da violência entregaram lista com casos não concluídos


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Procurador Sérgio Jucá prometeu resposta sobre casos de violência que estão impunes
Procurador Sérgio Jucá prometeu resposta sobre casos de violência que estão impunes

Manuella Soares - jornalista

O programa Ufal em Defesa da Vida deu um desfecho, na tarde da última quarta-feira (28), para o 12º Ato, que aconteceu no mês de julho. A coordenadora do programa, Ruth Vasconcelos, foi até o Ministério Público Estadual, acompanhada de familiares de vítimas da violência, cobrar providências para os casos que ainda estão impunes.

Um documento foi entregue nas mãos do procurador-geral de Justiça de Alagoas, Sérgio Jucá, com o propósito de pedir informações sobre o andamento dos inquéritos policiais e judiciais relativos a uma lista de crimes, contendo nomes das vítimas e data do ocorrido. De acordo com Ruth Vasconcelos, a lista representa os casos das pessoas que entraram no blog Ufal em Defesa da Vida para relatar a perda de um parente ou amigo e o sentimento de injustiça.

É a forma de a Ufal colaborar e prestar solidariedade a essas pessoas que estão sofrendo há anos. Nós entendemos que a única forma de restaurar a coesão psíquica e social da sociedade é que os responsáveis sejam punidos, que a justiça seja feita. Nós temos que demonstrar, enquanto instituição educacional, o nosso compromisso com a vida, com a dignidade humana”, destacou.

O aposentado Sebastião Pereira luta há mais de nove anos em nome do filho assassinado. A ida ao MP para acompanhar a entrega do documento que pede celeridade aos processos foi mais uma batalha. “Os matadores do meu filho estão soltos, os mandantes estão soltos e, eu,  preso dentro de casa, com medo. Mas acredito na justiça, por isso  aqui”, desabafou.

O procurador-geral Sérgio Jucá recebeu a comitiva e parabenizou a iniciativa da Ufal. Ele se comprometeu a dar uma resposta a cada uma das pessoas citadas na lista. “Além de ser a casa do povo, esta também é a casa das vítimas e dos familiares, porque a gente jamais esquece nenhum crime. Prometo que vou continuar esta luta, buscar justiça, até o final. Não vamos recuar, não vamos nos cansar”, ressaltou Jucá, depois de ouvir os relatos do trabalho empreitado pela Ufal nos cinco anos do projeto.

Contando com o apoio do Ministério Público do Estado, Ruth Vasconcelos acrescentou que vai incluir na lista de pessoas que pediram providências, os outros casos representados no Bosque em Defesa da Vida, na Ufal, que também esperam resposta. “Cerca de 80% daquelas árvores têm o nome de vítimas da violência que não tiveram os casos concluídos. Agora nós vamos fazer um aditivo à esta primeira lista entregue ao procurador”, adiantou a coordenadora.

Durante a reunião, a coordenadora do Programa entregou ainda uma carta aberta contra a impunidade feita do 12º Ato Ufal em Defesa da Vida. Confira o documento em anexo.