Aluna de Comunicação conquista medalhas de ouro, prata e bronze na Irlanda do Norte
Simone Lima é concluinte do curso de Relações Públicas e inspetora da Guarda Municipal. A conquista das três medalhas foi em Belfast durante competição de Segurança Pública
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Diana Monteiro – Jornalista
Sagrar-se vitoriosa em competições e colecionar medalhas tornou-se rotina na vida da alagoana Simone Lima. São 87 medalhas conquistadas em apenas quatro anos como velocista em eventos locais, nacionais e internacionais. Foi em Belfast, na Irlanda do Norte, a mais recente vitória da campeã, onde abocanhou a medalha de ouro nos 200 metros rasos no conhecido “Wold Police & Fire Games”, competição de Segurança Pública, que reuniu mais de 12 mil atletas de 80 países disputando 87 modalidades.
A competição ocorreu de 31 julho a 11 de agosto, e Simone também trouxe para Alagoas as medalhas de prata e bronze conquistadas, respectivamente, nos 400 e 100 metros rasos de corrida. Em 2011, na “Wold Police & Fire Games”, realizada em New York, a atleta alagoana ganhou três medalhas de prata nas modalidades 200 metros rasos, revezamento 4x100 e 4x400.
A velocista Simone Lima é concluinte do curso de Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas e comandante do Grupamento de Apoio e Ação Operacional (GAAO), da Prefeitura de Maceió, onde integra há 22 anos o quadro de recursos humanos da Guarda Municipal. Para a competição internacional, Simone recebeu patrocínio do município e da Secretaria de Planejamento do Estado.
A conquista de tantas vitórias Simone Lima atribui ser fruto de muita determinação e preparo físico, mas enfatiza que nunca imaginou ser atleta e campeã, apesar de, ainda criança, ter recebido do pai estímulo para gostar de esporte. “Meu pai levava a mim e a minha irmã para acompanhá-lo na orla de Maceió em sua atividade física, então conhecida como cooper. Daí cresci com esse estímulo, valorizando o esporte e claro, a saúde”, frisa a atleta.
Simone relembra com carinho o estímulo também recebido do saudoso professor Madalena, quando adolescente no Colégio Deraldo Campos, onde integrou a equipe de voleibol treinada por ele. Mas, o casamento aos 16 anos de idade e as responsabilidades inerentes à tão precoce mudança de vida, impossibilitaram-na de mesmo no colégio, à participação em qualquer equipe desportiva. “Fui mãe adolescente e mal dava tempo para eu dar conta da escola. Na verdade, sempre tive um desafio que era conquistar o nível superior”, diz a atleta.
“Posteriormente, fui convidada para a competição nacional, realizada no Rio de Janeiro, onde bati o recorde brasileiro e ganhei a medalha de ouro. “De lá prá cá, sempre que possível, participo de competições locais, nacionais e internacionais”, frisa Simone já de olho na competição de Segurança Pública em Montreal, em 2015.
Ninho vazio
Atualmente com 51 anos de idade, Simone Lima ficou viúva aos 42 anos, tem uma filha de 33 anos que é turismóloga e um filho de 32 anos, que foi da Seleção Alagoana de Voleibol. Segundo ela, foi exatamente a esperada fase de maturidade dos filhos a maior motivação para a prática de esporte.
“O despertar na verdade para a prática de esporte, surgiu a partir de uma reportagem que vi sobre “ninho vazio”, assim denominado pela Psicologia, quando os filhos deixam a casa dos pais para seguir a vida. Esse corte mexe muito com o emocional de mãe e pai e no meu caso não esperei chegar essa hora. Antes que acontecesse fui fazer o que mais gostava que era praticar esporte, mas sem planos de me tornar profissional nessa área como sou hoje”, enfatiza Simone.
Vontade de vencer
Simone diz que é uma emoção indescritível para qualquer atleta quando sobe ao pódio ou ouve seu nome durante a premiação. Mas considera fundamentais para qualquer competidor, disciplina, dedicação, boa alimentação e bom condicionamento físico. O treinamento dela é dividido entre explosão e força e corrida, respectivamente em academia e na Vila Olímpica Village Campestre. O acompanhamento técnico da Simone é feito pelo professor de educação física Daniel Costa, também presidente da Associação Alagoana Master de Atletismo de Alagoas.
Mesmo valorizando o apoio que recebe, Simone declara que muitos são os obstáculos e dificuldades existentes para o atleta: desde patrocínio a espaços adequados. “Em outros países existem as pistas de borracha para a prática e percebe-se o quanto se investe no esporte. Mas, vale à pena persistir, enfrentar os obstáculos e ter vontade de vencer porque a prática de esporte também proporciona a ampliação dos laços importantes de convivência”, enfatiza.
TCC
Como não poderia ser diferente não é difícil imaginar do que tratou o trabalho de conclusão de curso (TCC) de Simone Lima, apresentado uma semana antes da competição na Irlanda do Norte. Enfocando “O esporte como ferramenta institucional”, o trabalho teve orientação do professor Wagner Ribeiro, e também fizeram parte da banca examinadora os docentes Edna Cunha e Ricardo Moresi.