Núcleo Infantil valoriza as diferentes constituições familiares

Manuella Soares - Jornalista

No Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da Universidade Federal de Alagoas as crianças aprendem desde cedo que cada família é diferente. Mas aceitar, respeitar e conviver com elas é um projeto institucional que tem dado bons resultados! Para comemorar o Dia Nacional da Educação Infantil, o NDI preparou uma manhã de atividades para integrar as famílias. O evento aconteceu na última quinta-feira, 22, no Ginásio de Esportes do campus.

“Nós reconhecemos e valorizamos as distintas constituições familiares. É comum que as escolas tenham datas comemorativas como dia dos pais e dia das mães, mas a gente tem tentado construir a cultura de que a valorização da família precisa acontecer todos os dias”, ressaltou Andreza Fabrícia, diretora do NDI.

Crianças e pais foram convidados a ilustrar através de desenhos, rabiscos ou palavras, a representação da própria família. A imaginação ganhou sentido e os lápis de cor foram conduzidos pela criatividade. Os grandes painéis montados, por várias mãos, simbolizaram diferentes relações entre pais e filhos. As histórias contadas nos inocentes desenhos, traduziam casos cada vez mais comuns, como o da servidora Glécia Ramos, que, após o divórcio, cria as três filhas sozinha.

“A gente sempre sente que falta alguma coisa, mas é compensado com a presença dos avós, do tio... Não deixa de ser uma situação difícil, mas é bem gratificante porque eu me sinto mais guerreira”, enalteceu Glécia. As filhas, de 2, 3 e 5 anos, convivem diariamente com coleguinhas na mesma situação, filhos de pais separados, ou com histórias diferentes, de pais casados, pais homossexuais, pais com algum tipo de necessidade especial. De acordo com a diretora Andreza, a proposta do Núcleo de Desenvolvimento Infantil é respeitar essas diversidades.

A professora Ruslane Bião aprova esse modelo educacional e diz que o papel realizado pelo NDI tem ajudado a construir novas perspectivas no posicionamento dela, enquanto mãe, sem a presença diária do pai. “Essa relação tem sido muito importante para o desenvolvimento psicossocial do meu filho. Primeiro, porque eu já consegui observar muitos avanços no comportamento dele, no aprendizado e, a creche, com toda sua estrutura, com todos os aspectos peculiares de cada criança, de cada família, é uma extensão da nossa casa”, destacou.

Marília, de 4 anos, desenhou um coração onde escreveu “papai”, junto ao nome. Para ela, o herói do dia estava lá, interagindo. Mas, Alterman Rocha, o “papai” orgulhoso, disse que momentos como este, também são compartilhados com a mãe, que constitui a tradicional família nuclear, formada por pai, mãe e irmãos. O advogado entende que esse não é o padrão e, que, o projeto do NDI é um grande avanço na formação infantil. “Nós somos uma família tradicional, com formação religiosa, mas acredito que tem que haver, sim, uma integração, tem que respeitar todo tipo de família”.