Ufal leva projeto de extensão para Festa do Meado de Agosto
Evento bicentenário contou com apresentação de jovens da comunidade quilombola Tabuleiro dos Negros
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Natália Oliveira – estudante de Jornalismo
O projeto de extensão Tambores, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), participou da Festa do Meado de Agosto, realizada no município de Taquarana, no Agreste alagoano. Formado por jovens de 12 a 18 anos de idade, o grupo subiu ao palco pela primeira vez e, junto com o maracatu Batuque Yá, apresentou os remanescentes do Quilombo Tabuleiro dos Negros, de Penedo.
Coordenado pelo professor Sérgio Onofre, o projeto Tambores trabalha percussão, ritmos afro-brasileiros e dança afro, reunindo as comunidades Oiteiro e Tabuleiro dos Negros, ambas do município de Penedo. Além de buscar o resgate da cultura das comunidades, pretende-se também promover geração de renda, com a descoberta de novos talentos; despertar e oferecer aos participantes a oportunidade de se tornarem profissionais de música e dança.
De acordo com Onofre, que também é diretor do Espaço Cultural da Ufal, o projeto prevê a implantação de uma minifábrica, em Penedo, para a confecção e venda de instrumentos de percussão, entre outros. “Nossa pretensão é levar o trabalho a outras comunidades quilombolas do Estado”, revelou.
Festa
Marcada pela fé, toques, cantos e danças, a Festa Meado de Agosto tornou-se patrimônio cultural para os moradores de comunidades rurais banhadas pelo Rio Lunga, no Agreste do Estado. A Ufal foi parceira do evento, realizado nos dias 14 e 15 de agosto, que contou com um público aproximado de 3.500 pessoas.
Batuque Yá
Criado há quatro anos por Wilson Santos, aluno do curso de Música da Ufal, o Batuque Yá, composto somente por mulheres, busca a aproximação da população feminina dos instrumentos de percussão e a desmitificação de que apenas homens podem tocar tambor. O grupo desenvolve ações em parceria com a universidade e deu origem ao projeto de extensão Batuque Yá em Movimento, aprovado no Programa de Iniciação Artística (Proinart).
Para Santos, a Ufal merece ser parabenizada pelo incentivo a expressões artísticas, como a música e a dança. “A universidade, especificamente neste ano, deu um passo gigantesco no que diz respeito à valorização da cultura de raiz, da cultura afro e da percussão, não só popular como clássica também. Acabamos de ter um concurso para professor de percussão, que era uma área carente dentro da Ufal. É um momento histórico”, destacou.