Diretora da Edufal revela detalhes da 6ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas
Stela Lameiras lidera organização do evento e anuncia algumas atrações para este ano
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Myllena Diniz – estudante de Jornalismo
Na reta final para a realização da 6ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, aumentam as expectativas para o maior evento literário e cultural alagoano. Em entrevista para o Portal da Ufal, Stela Lameiras, diretora da Edufal, divulga os últimos detalhes do evento, que acontece entre 25 de outubro e 3 de novembro, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió.
Ascom - Quais são suas expectativas para a 6ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas?
Stela - Por estar na 6ª edição, a Bienal se revela como algo que realmente vem dando certo. Neste ano, a gente tem uma programação voltada para públicos de idades diferentes e gostos variados. Nós fizemos uma pesquisa junto à comunidade acadêmica e às pessoas que nos procuravam sobre o que seria interessante trazer como atração. Então, mesmo que não tenhamos conseguido satisfazer a todos, tentamos colocar um potencial daquilo que as pessoas buscavam.
Ascom - A Ufal é a única universidade brasileira a organizar uma bienal. O que isso representa para Alagoas?
Stela - Todas as bienais realizadas ao redor do Brasil são organizadas por empresas. Então, o objetivo maior delas é o efeito positivo do ponto de vista financeiro. Claro que não se pode negar que há grandes resultados – com palestras e trocas de conhecimento –, mas ser a Ufal a única que realiza uma bienal é uma ousadia. Se não fosse um conjunto de esforços da gestão, das equipes da universidade e da Edufal não teríamos esse resultado. Você pode até ter a batuta, mas se os instrumentos não estiverem afinados, não vai haver uma sinfonia. A gente está buscando uma sinfonia...
Ascom - O que a sociedade alagoana pode esperar da 6ª Bienal, o maior evento literário do Estado?
Stela - A sociedade alagoana vai ter uma oferta de muitas atrações, muito além do campo literário. Destacamos que a Bienal é um evento não só literário, mas artístico e cultural, porque abrange dimensões diferenciadas. Ela engloba as letras, as mais diversas manifestações de arte e a nossa cultura. Só o trajeto que vem desde os trovadores portugueses até os cordelistas alagoanos [tema da 6ª Bienal] já mostra que tentamos fazer um percurso que não é fácil, mas que é interessante.
Ascom - Em 2013, os escritores alagoanos são os patronos do evento e Portugal é o país homenageado. Por que as duas escolhas?
Stela - Nós analisamos e vimos que algumas bienais homenagearam, com muita honra e justiça, nomes importantes, como Audálio Dantas e José Marques de Melo, que estão na lista dos mais reconhecidos no Brasil. Neste ano, poderíamos homenagear muitos nomes, mas pensamos em trazer todos para uma homenagem. Então, pensamos em algo que parece anônimo, que é a homenagem ao escritor e à escritora de Alagoas, mas que traz uma singularidade. Nós queremos que todos os escritores alagoanos possam se sentir homenageados. Inclusive, muitas salas da Bienal serão nomeadas com obras de autores locais, alguns até pouco conhecidos. Nosso intuito é promover uma reflexão sobre quem são essas pessoas, não só as que já partiram, mas os que estão bastante vivos na vida e na produção intelectual.
Ascom - E quanto a Portugal?
Stela - Nós avaliamos dois pontos. O primeiro é que Portugal nunca foi homenageado na Bienal. O segundo é que entre setembro de 2012 e junho de 2013 foi celebrado o ano do entrelaçamento Brasil-Portugal. Nós pensamos que seria muito interessante buscar esse trajeto entre os trovadores portugueses e os cordelistas nordestinos.
Ascom - Essa é sua primeira participação na Bienal sob a direção da Edufal. Como é estar à frente de um evento desse porte, com impactos na cultura e na educação?
Stela - Seria banalizar dizer que estou vendo com naturalidade, porque não estou. Realmente, é uma mão de obra estupenda, mas tenho que reconhecer que os eventos que antecederam a 6ª Bienal foram crescendo ao longo dos anos e isso deu uma consistência, principalmente às pessoas que estão na equipe desde os primeiros eventos literários. Outro fator importante foi o acolhimento que recebi da equipe Edufal, da gestão e dos órgãos da universidade. É muita gente se somando, o que dá para multiplicar bem e dividir com o público alagoano.
Ascom - Quais são as principais atrações da Bienal 2013?
Stela - É difícil destacar as principais atrações. Eu começaria falando da homenagem a Portugal, visto que traremos alguns escritores portugueses de áreas diferentes, como Boaventura Santos, Alberto Felipe e o poeta Luís Serguilha. Mas acho que a gente tem muita coisa da casa... A prata da casa é ouro! Nós temos escritores e escritoras, apresentações teatrais, Papel no Varal, Ideário, Circuito Fora do Eixo e muitos outros. Entre os convidados temos Maitê Proença, Laura Müller, Emir Sader, Gaudêncio Frigotto, Cristóvão Tezza e outros grandes nomes que, diariamente, são divulgados. Não temos como listar todos, mas tudo que escolhemos foi com muito carinho, com muita vontade de acertar e tentando satisfazer as solicitações que chegaram até a nossa equipe.
Ascom - Quais são os grandes destaques na programação infantojuvenil?
Stela - Destaco a atuação da Prefeitura de Maceió, que estará com um espaço surpresa no mezanino do Centro de Convenções. Outro parceiro com programação diversificada para esse público é o Sesc. O Senac também estará com grandes atrações, entre elas a Feira das Profissões. Além disso, vamos contar com presença da Bia Bedran e da Paula Pimenta, consideradas importantes nomes da literatura infantojuvenil.
Ascom - No cenário regional, em que patamar se encontra a Bienal de Alagoas?
Stela - Neste ano, nós temos muitas comemorações... Por isso, temos a cooperação da Secretaria de Cultura do Estado, que traz uma programação muito estruturada. Também temos o apoio das academias alagoanas, que estão trazendo uma série de lançamentos, palestras e convidados. Notamos que a Bienal não é apenas um evento, mas o evento literário, artístico e cultural do Estado de Alagoas, porque é totalmente gratuito, está de portas abertas para a sociedade alagoana e oferece uma gama de oportunidades. Fico muito feliz por integrar essa equipe que me ajuda a compor o conjunto da obra. A 6ª Bienal dá continuidade a tudo que tem sido feito nos eventos que a Ufal promove e realiza.