É quanto ? Adaptação da obra de Bertolt Brecht aborda a questão da segurança
A encenação acontece nesta sexta-feira, 25, a partir das 19h30.
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Nathália Oliveira - estudante de Jornalismo
A peça “É quanto?”, adaptação da obra “Quanto custa o ferro?”, de autoria do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, estará em cartaz de 25 a 31 de outubro em Maceió e Penedo. O espetáculo teatral faz parte do projeto, que leva o mesmo nome da obra, aprovado pelo Programa de Iniciação Artística (Proinart) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A primeira apresentação será nesta sexta-feira, 25 de outubro, às 19h30, na Escola Técnica de Artes (ETA) da Ufal, na praça Sinimbú.
Baseada na obra de Brecht, a peça “É quanto?” faz uma crítica às formas de violência em âmbito mundial, procurando entender a quem interessa o lucro do comércio do ferro, representado pelas armas. Segundo Marcelo Gianini, professor do curso de Licenciatura em Teatro e diretor da peça, o texto foi adaptado para pensar a questão do comércio da segurança e da insegurança. “A segurança, em vez de ser uma questão sociológica, virou uma questão mercadológica”, explica.
“É quanto?” procura responder a questões como quem lucra com a violência; qual a dificuldade em combatê-la; e quais os reflexos da violência cotidiana nas relações sociais. Mesmo tratando-se de uma crítica, a peça conta com um humor sarcástico. “Nós seguimos os conselhos do próprio autor, Bertolt Brecht, de que o teatro deve, antes de tudo, divertir. Assim, colocamos em prática ‘O Riso Subversivo’, título do livro do professor de nosso curso, Otávio Cabral”, destaca Gianini.
Criação e produção
O espetáculo surgiu a partir do contato dos alunos de Teatro e atores da peça - Cícero Rosa, Rayane Góes, Ticiane Simões e Udson Pinheiro - com o texto de Brecht, ainda no início do curso. “Embora seja um texto antigo, é muito atual. Ele trabalha a questão da violência, da ética, do dinheiro”, explica o aluno Udson Pinheiro.
A escolha do texto se encaixou no atual cenário de violência em Maceió e Alagoas, que serviram como referência cultural para a construção da cena. As maneiras de falar e gesticular do alagoano, e a cultura popular do Estado e do Nordeste foram objetos de estudo para a montagem da peça.
De acordo com Gianini, os primeiros meses de produção foram destinados a improvisações em torno da fábula de Brecht, a aulas de capoeira e maculelê e a reflexões sobre o tema da violência em Alagoas e no país. Definidas as etapas de pré-produção, o grupo passou para a fase da encenação. As alunas Pâmela Guimarães, Francisca Paes e Andréia Aciole estagiaram nessa etapa, atuando na produção e preparação musical do espetáculo.
O grupo também contou com a assessoria dos professores Otávio Cabral, José Acioli e Ivanildo Piccoli nas áreas de dramaturgia, cenografia e figurino, e linguagem do teatro de rua e de máscaras, respectivamente.
Desde a aprovação do projeto no Proinart, no primeiro semestre de 2013, o grupo se prepara para a estreia do espetáculo. “Após seis meses de trabalho, as expectativas são as melhores possíveis. Será o momento de compartilharmos nosso trabalho com plateias desconhecidas, seja da comunidade acadêmica, seja de pessoas que não têm acesso às produções artísticas da universidade e da cidade”, comemora Gianini.
Além da apresentação da próxima sexta-feira, outras três já estão marcadas para os dias 28, 30 e 31 de outubro, em frente ao Teatro Sete de Setembro, em Penedo; na Escola Estadual Professora Benedita de Castro; e no Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa), respectivamente.
Sinopse
Na iminência de uma guerra, um vendedor de ferro comemora o aumento das vendas de seu produto, utilizado como matéria-prima para a fabricação de armas, sem dar importância para as consequências de seus atos. Escrita às vésperas da Segunda Guerra Mundial, a peça de Bertolt Brecht mantém sua atualidade ao mostrar, com muito humor, quem lucra com a violência, e como discursos pela paz podem ter intenção contrária, fomentando ainda mais o medo na população.
SERVIÇO
O que: Peça “É quanto?”
Quando, horário, onde:
25/10, às 19h30 - Escola Técnica de Artes (ETA) da Ufal, Praça Sinimbú – Centro
28/10, às 18h – Em frente ao Teatro Sete de Setembro – Penedo
30/10, às 16h – Escola Estadual Professora Benedita de Castro Lima – Tabuleiro dos Martins
31/10, às 16h - Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa) – Farol
Censura: 10 anos
Mais informações: 3214-1616 (Coordenação de Teatro)
Entrada gratuita