Sete projetos da Esenfar são aprovados no edital do programa de pesquisa para o SUS

O diretor João Xavier comemora o investimento de 463 mil reais em pesquisas para qualificar o atendimento no Sistema Único de Saúde


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João Xavier comemora os investimentos
João Xavier comemora os investimentos

Lenilda Luna - jornalista 

A Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar) da Universidade Federal de Alagoas foi contemplada com sete, dos 31 projetos aprovados no edital 2013 do Programa de Pesquisa para o SUS, com recursos do Ministério da Saúde e a participação do CNPq, Fapeal e Secretaria de Saúde de Alagoas. A aprovação, que garante 463 mil reais para as pesquisas, foi comemorada pelos pesquisadores da unidade. "Nos últimos anos a Esenfar tem-se destacado na comunidade acadêmico-científica através de suas pesquisas", ressalta João Xavier, diretor da Esenfar. 

O diretor destaca ainda o crescimento da produção científica na unidade. "Nos últimos três anos, foram abertos os mestrados em Enfermagem e em Ciências Farmacêuticas. Com a consolidação das pesquisas, o grupo vem se destacando com a conquista de subprojetos que somam mais de cinco milhões adquiridos através de editais como  Pró-equipamentos e CT-Infra, além de projetos individuais", destaca João Xavier. 

Os projetos aprovados na Esenfar são: 

"Prevalência da Hipertensão Resistente e Pseudo-resistente em Hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da Família em Maceió – AL", coordenado pela professora Sabrina Joany Felizardo Neves, que será realiza em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió. nstituições Envolvidas: UFAL, SMS – Maceió. Neste trabalho, será realizado um estudo com pacientes hipertensos assistidos pela Estratégia Saúde da Família de Maceió, com a aplicação de formulários para a coleta de dados sociodemográficos, uso de medicamentos, condições de saúde e alimentação, e adesão terapêutica. Serão realizadas medidas antropométricas de peso, altura e circunferência abdominal, glicemia capilar e pressão arterial com uso de esfigmomanômetro e MAPA. Os pacientes com pressão arterial igual ou maior que 140/90 mmHg serão classificados como hipertensos potencialmente resistentes. A partir daí serão avaliados para descartar não adesão terapêutica, síndrome do jaleco branco e tratamento medicamentoso inapropriado, bem como possíveis interações medicamentosas e com alimentos.  

"Atendimentos oncológicos em Maceió: demanda por diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos", coordenado pela professora Maria Cristina Soares Figueiredo Trezza. O trabalho tem como objetivo caracterizar os atendimentos oncológicos realizados em Maceió, analisando necessidades assistenciais relacionadas ao diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos.Estarão incluídos no presente estudo, os pacientes que buscarem atendimento junto ao Hospital Geral do Estado no período de janeiro a dezembro de 2014 cujo atendimento tenha sido em decorrência de causas oncológicas, independente da existência de diagnóstico prévio. A análise dessa situação de saúde, aliada à identificação periódica de necessidades é fundamental para que os gestores, em todas as esferas governamentais, possuam subsídios suficientes para o planejamento, organização e ordenamento do próprio sistema, atendendo às necessidades e anseios da população. 

"Reatogenicidade às vacinas aplicadas por via intramuscular nas regiões ventroglútea e coxa de crianças de 0 a 6 meses: ensaio clínico randomizado", coordenado pela professora Regina Maria dos Santos e a participação da Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca. A pesquisa foi justificada pela prioridade que a atenção à saúde das crianças representa para o Ministério da Saúde e pelo princípio doutrinário do SUS da integralidade da atenção e pela experiência acumulada pelos profissionais de Enfermagem na aplicação de vacinas. A meta é contribuir para minimizar os desconfortos causados pelas injeções intramusculares em crianças de faixa etária muito baixa e o objetivo geral é verificar se as vacinas aplicadas na RVG provocam menor reatogenicidade do que as aplicadas na Região do músculo Vasto Lateral da Coxa (RVLC).  

"A Epidemiologia dos transtornos mentais e do uso de crack, álcool e outras drogas em Maceió", coordenado pela professora Maria Cicera dos Santos de Albuquerque, sendo vice-coordenadora a professora Mérca Zeviani Brêda. O trabalho será realizado com a participação da Secretaria Estadual De Saude, Secretaria Municipal de Saude, Sociedade de Educação Tiradentes e Centro de Educação Tecnológica Radial (Estácio de Sá). Este projeto de pesquisa acompanha a tendência dos estudos atuais de morbidade psiquiátrica na população geral, a começar pelo bairro do Benedito Bentes, para descrever a frequência e a distribuição de transtornos mentais, detectar o uso de crack, álcool e outras drogas psicoativas, relacionar os fatores sócio demográficos associados aos transtornos mentais e ao uso prejudicial de crack, álcool e outras drogas e caracterizar os potenciais usuários da Rede de Atenção Psicossocial e suas principais necessidades.Os resultados serão apresentados em gráficos e tabelas estatísticas e interpretados a luz da política brasileira de saúde mental para gerar recomendações que atendam a demanda da população estudada. 

"Prevenção primária e secundária em LTA - Investigação de extrato de própolis vermelha de Alagoas ou frações enriquecidas no tratamento de lesões cutâneas", coordenado pela professora Camila Braga Dornelas, com a participação do Hospital Helvio Auto, Uncisal e Aggeu Magalhães (PE). A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma das formas de manifestação da leishmaniose e tem duas formas de apresentação clínica: cutânea e mucosa. As lesões provocadas pela leishmaniose e o estigma que cerca essa moléstia ameaçam hoje a população de 88 países, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a leishmaniose cutânea é uma das afecções dermatológicas que merece mais atenção por se tratar de uma doença negligenciada, problema de Saúde Pública, que vai além de sua alta incidência e ampla distribuição geográfica, mas também diante da possibilidade de, com a sua evolução para a forma mucosa, assumir formas que podem determinar lesões destrutivas, desfigurantes e também incapacitantes, com grande repercussão no campo psicossocial do indivíduo. Hoje o SUS oferece tratamento gratuito para leishmaniose. Mas, apesar de as doenças negligenciadas como um todo terem ganhado prioridade para pesquisas pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos nos últimos anos, não é observada inovação. O projeto objetiva a prevenção primária, por meio de colaboração nos programas de educação sanitária em escolas, hospitais, PSFs, entre outros; e a prevenção secundária, por meio da investigação de uma co-terapia em pacientes com leishmaniose cutânea baseada na própolis vermelha de Alagoas (extrato e frações enriquecidas) em forma farmacêutica de uso tópico, auxiliando no acompanhamento dos pacientes e na orientação das famílias sobre os cuidados adequados com o mesmo.  

"Equipes de Saúde da Família de Maceió: saberes e práticas em fitoterapia", coordenado pela professora Sâmia Andrícia Souza da Silva. Este projeto faz parte do apoiamento do Grupo de Estudos em Plantas Medicinais (Geplam), da Universidade Federal de Alagoas, à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS e ao Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Tem como objetivo verificar o estado atual de conhecimentos, crenças e práticas em fitoterapia e uso de plantas medicinais dos profissionais das equipes de saúde da família do município de Maceió. A investigação proposta ocorrerá em 30 unidades de saúde da família, totalizando 805 profissionais (médicos, dentistas, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, auxiliares em saúde bucal, técnico de higiene dental e agentes comunitários de saúde). A coleta de dados será realizada através de entrevista semi-estruturada, realizada individualmente, e gravada em aparelho digital. Posteriormente, as respostas serão transcritas para formulários e, após codificação, serão separadas por categoria profissional nos bancos de dados específicos.  

"Desenvolvimento de novos protótipos de fármacos com potencial terapêutico visando ação imunomoduladora e leishmanicida de derivados aminoguanidínicos e tiofênicos e de seus respectivos complexos antimoniais", coordenado pelo professor João Xavier de Araújo Júnior. O trabalho terá a parceria da Universidade Estadual de Alagoas e Instituto Federal de Alagoas. Segundo o relatório do trabalho, a Organização Mundial de Saúde considera a leishmaniose uma das mais relevantes doenças causadas por parasita protozoário, com aproximadamente 12 milhões de casos no mundo. Apesar da importância da doença, devido sua ocorrência principalmente em regiões onde há uma predominância de pessoas vivendo em níveis econômicos baixos, há um baixo retorno dos investimentos realizados na pesquisa visando à doença, o que tem desencorajado a grande indústria a investir em projetos de pesquisa nesta área. Em compensação a pesquisa acadêmica tem se mostrado bastante prolífica no que tange às doenças negligenciadas, porém ainda muito incipiente no sentido de se chegar a um produto comercializável. Diante disso, torna-se de grande importância o desenvolvimento de projetos no âmbito acadêmico que permitam a obtenção de compostos bioativos contra a leishmaniose e suas consequências, além de menos tóxicos e cujo processo de obtenção seja mais rápido, eficaz e economicamente viável. O projeto busca identificar novos protótipos de fármacos imunomoduladores e leishmanicidas que sejam ativos por via oral, com alto índice terapêutico, menor toxicidade e maior eficácia que os fármacos atualmente utilizados na leishmaniose.