Bienal do Livro debate a influência da cultura ibérica na cultura nordestina

Música, literatura de cordel e movimentos messiânicos são exemplos regionais da influência portuguesa


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Diana Monteiro – jornalista 

O tema “Música e Cordel”, abriu neste sábado, 2 de novembro, na  Sala Caetés, a sessão de palestras no penúltimo dia da 6ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. A palestra foi proferida pelos expositores Bernardo Constant, estudante de Direito  e Marcelo Marques, professor do curso de Letras do Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas e enfocou  a circularidade cultural. Destacaram que não somente a cultura erudita influencia na formação da dita cultura popular, mas o inverso também é válido. 

Na oportunidade eles citaram como exemplos de influência ibérica, a literatura de cordel e os movimentos messiânicos muito comuns no Nordeste, comparando o último às peregrinações existentes em Portugal. “Santo em Portugal que não fosse seguido,  a cidade seria tomada por praga. É muito comum na literatura de cordel, que explora qualquer tema, há muitas histórias também de punições e uma delas é “A chegada de Lampião no inferno”.   

Quanto à influência musical ibérica Bernardo e Marcelo  disseram que há entre o cancioneiro português e algumas composições brasileiras, conexões claras e intencionais e citaram obras do músico pernambucano Antônio da Nóbrega . A música “Truléu da Marieta ou Nau Catarineta”, de Manoel da Nóbrega  é uma composição inspirada na Lenda da Nau Catarineta, romance português coletado por Almeida Garret. 

Eles complementam dizendo: “Antônio da Nóbrega  é um pesquisador e suas versões inspiradas na  canção popular ibérica,  sempre utiliza a adaptação da cultura original, como rabeca e percussão, que é um elemento nosso. Diferentemente da música regional portuguesa, onde instrumentos de cordas como violino e rabeca dão a tônica das músicas”, frisaram Bernardo e Marcelo.