Cineasta Marcelo Ikeda apresenta suas produções

Mostra faz parte da programação do Festival de Cinema Universitário, que acontece em Penedo


- Atualizado em

 

Renata Meneses – estudante de Jornalismo

Na Mostra Paralela de Cinema Nacional, o público do Festival de Cinema assistiu a três filmes de Marcelo Ikeda: É Hoje, Eu te amo e Cartas ao Ceará #3. Após a sessão, Ikeda participou de um debate com a plateia, mediado pelo realizador audiovisual Ninho Moraes, em que falou sobre o processo de desenvolvimento de suas produções.

O primeiro filme da noite, É hoje, é um ensaio visual sobre o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, baseado no samba-enredo de mesmo nome, cantado pelo próprio diretor. Já Eu te amo é, segundo ele, uma reflexão sobre a banalização do amor, uma investigação sobre a possibilidade de haver sinceridade nessa frase nos dias de hoje.

O último curta, Cartas ao Ceará #3, faz parte de um projeto realizado por Ikeda que refletia seu desejo de fuga para Fortaleza, segundo ele. “Eu morava no Rio de Janeiro e enviava cartas audiovisuais para os amigos que estavam no Ceará”, explicou. Durante este período, foram produzidos seis vídeos e hoje, com a concretização da mudança, o projeto se transformou em Cartas do Ceará, agora como uma forma de se sentir pertencente ao local.

Esta foi a primeira exibição em praça pública de obras do diretor, que iniciou a produção de seus filmes caseiros no início dos anos 2000, quando ingressou na faculdade de Cinema. Nesta época, o cinema independente estava em efervescência no Rio de Janeiro, com a ebulição de cineclubes, onde teve contato com esse universo. “Eu vi que era possível fazer algo com o pouco recurso que tinha”, comentou.

Desde então, Ikeda produziu quatro longas experimentais e mais de vinte curtas, seguindo a lógica de produção caseira, em que ele é diretor, ator e montador.

Seu primeiro filme, Depois da Noite, já prenunciava os temas abordados em suas futuras produções: reflexões sobre a subjetividade humana. Segundo Marcelo, o desenvolvimento de seus curtas é um processo de descobertas. “Eu não parto de certezas, mas sim de minhas dúvidas e angústias. Eu faço filmes para tentar entender melhor quem eu sou”, relatou.

Participação no Festival

Desde a segunda edição, Marcelo Ikeda faz parte da Comissão Julgadora da Mostra Competitiva do Festival de Cinema Universitário de Alagoas. Este ano, além da Mostra Paralela, ele também ministra o workshop Cinema de Garagem e participa da mesa Audiovisual Brasileiro: desafios e perspectivas, em que lançará seu livro Leis de Incentivo para o Audiovisual.