Curso de Dança da Ufal lançará Fórum Mestre Zumba

Atividades serão realizadas na próxima sexta-feira, mas o lançamento oficial será às 14h, no Espaço Cultural, com homenagem ao artista plástico alagoano


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Tela O vendedor de mel, de Mestre Zumba
Tela O vendedor de mel, de Mestre Zumba

 Diana Monteiro - jornalista

O Espaço Cultural da Universidade Federal de Alagoas será palco, nesta sexta-feira, 8, do lançamento do Fórum Mestre Zumba - Pensamentos sobre Arte Afro-Ameríndias, coordenado pela professora Nadir Nóbrega, do curso de licenciatura  em Dança. A abertura oficial será às 14h, no auditório Guedes de Miranda. Durante a realização do evento haverá homenagens ao artista plástico alagoano José Zumba, conhecido no mundo das artes como “Mestre Zumba”,

Segundo a professora Nadir Nóbrega, na programação para o período da manhã, das 8h30 às 10h, está definida mesa-redonda com contextualização da obra de Mestre Zumba. A atividade contará com participação de Edu Passos, do Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte), com a história da dança negra; e dos alunos Carlos Augusto Martins, do curso de História, com a literatura negra; Davi Jonas, do curso de música com a apresentação da música negra do período colonial aos tempos atuais; e Hosana Neta, do curso de Dança, com a experiência pela obra do pastoril do Mestre Zumba, com crianças do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da Ufal, onde é bolsista.

A segunda mesa-redonda de sexta-feira contemplará os participantes com Dança Afro, conduzida pelo coreógrafo e mestre em dança pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Evandro Passos. Atualmente ele é professor do curso de Teatro da Universidade Federal de São João Del Rei, em Minas Gerais. A oficina oferta 20 vagas e a inscrição pode ser feita no Cenarte, com Edu Passos, e no Espaço Cultural, com a professora Nadir Nóbrega.

Lançamento oficial

Na instalação oficial do Fórum Mestre Zumba - Pensamentos sobre Arte Afro-Ameríndias haverá mesa-redonda sobre A música e o corpo negro na cena, na mídia e na educação, com a participação de Antônio Carlos dos Santos Vovô, presidente e fundador do Bloco Afro Ilê Aiyê, primeiro bloco afro da Bahia. Também participam do debate, a professora Suzana Martins, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordenadora da pós-graduação em Artes Cênicas naquela instituição; e o professor Evandro Passos.

A segunda mesa-redonda abordará as Artes indígenas contextualizadas e subjetividades, com o professor da Ufal, Siloé Amorim, e o doutorando em História na UFBA e professor titular do Cesmac, Aldemir Júnior.

Às 18h haverá a apresentação do vídeo documentário Balé pé no chão, que conta a história de vida e obra de Mercedes Baptista, a primeira coreógrafa negra brasileira. Constam ainda da programação performances artísticas inspiradas na obra de Mestre Zumba, apresentadas por  Nadir Nóbrega, Edu Passos, José Alexandro, Gyulinni Almeida, Cleci do Nascimento, Davi Jonas e Carlos Augusto.

Resgate cultural

O Fórum Mestre Zumba é um projeto de extensão, criado em maio deste ano para trabalhar a aplicabilidade da Lei 11.645 no curso de Artes da Ufal, que dispõe sobre a valorização da cultura negra e indígena. “Por haver um desconhecimento de José Zumba, nada mais do que justo ter o elemento vivo do Estado, e pensar no resgate de sua importância histórica para as artes e cultura de Alagoas. Além da pintura, Mestre Zumba também esculpiu: é dele a escultura Mãe Preta da Praça 13 de Maio, no bairro do Poço, mas não consta o nome do artista. Trabalharemos para esse resgate”, frisou a coordenadora Nadir Nóbrega.

Com vasto acervo de pinturas temáticas, como paisagismo de Maceió, manifestações populares e também de pessoas de seu cotidiano, a trajetória de resistência de Mestre Zumba  foi tema de trabalho de conclusão de concurso (TCC), de Jeanmerson dos Santos, com orientação da professora Rachel Rocha.

O Fórum Mestre Zumba envolve os cursos de Teatro, Dança, Música e História da Universidade Federal de Alagoas e tem promovido atividades, a exemplo, do Sarau Mestre Zumba, realizado em setembro.   São parceiros a Secretaria de Estado da Cultura (Secult); o Cenarte; A Escola Técnicas de Artes (ETA); A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e Rosa Mossoró, que criou em seu restaurante um espaço para manifestações culturais.