Simpósio marca 10 anos de existência de Núcleo de Estudos e Pesquisa Arqueológico da Ufal

Diana Monteiro – jornalista

Palestras, mesas-redondas, exposições e debates marcaram na terça-feira, 10, a comemoração dos 10 anos de existência do Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológico (Nepa), da Universidade Federal de Alagoas com a realização do 2º Simpósio de Arqueologia, no auditório Nabuco Lopes, na Reitoria, reunindo alunos dos cursos de Ciências Sociais, de História, além da participação de diversos pesquisadores.

A abertura do simpósio contou com a participação dos professores Scott Joseph Allen e Flávio Augusto de Aguiar Moraes, responsáveis pelo Nepa da Ufal. Na oportunidade, Scoth e Flávio Aguiar apresentaram as ações realizadas pelo Núcleo e os projetos em andamento, atualmente centralizados em sítios arqueológicos nos municípios de Limoeiro de Anadia, Penedo e Pão de Açúcar.

A atuação do Nepa da Ufal para a preservação da pintura rupestre (em pedra) em Pão de Açúcar foi colocada pelo professor Flávio Moraes. “Está havendo a destruição das rochas rupestres, retiradas para fazer paralelepípedos. O trabalho patrimonial empreendido pelo Núcleo conta com a participação da professora Conceição Lages, da Universidade Federal do Piauí“, destacou o professor.

Integraram ainda programação do 2º Simpósio uma mostra fotográfica no hall da Reitoria, retratando as ações do Nepa, assim como a exposição de parte do acervo com artefatos em cerâmicas oriundos das pesquisas em sítios arqueológicos do Estado de Alagoas.

Debate

A mesa-redonda sobre Arqueologia Histórica contou com a participação das pesquisadoras Karina Miranda, Rute Ferreira Barbosa e Danúbia Rodrigues e teve a coordenação do professor Waldimir Maia Leite Neto, da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), do Estado de Sergipe. O processo de ressignificação dos sítios arqueológicos alagoanos foi colocado na oportunidade por Karina Miranda, que concluiu este ano o mestrado em Arqueologia Pública, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde faz doutorado.

A pesquisadora Danúbia Rodrigues tratou do projeto realizado sobre A Bioarqueologia e o estudo da morte na pré-história. “Essa é uma área de estudo recente e a detecção das patologias são importantes para os registros arqueológicos”, frisou Danúbia, que teve a bioarqueologia como foco de pesquisa para a dissertação do mestrado o município de Porto Calvo.

A Arqueologia Histórica no norte de Alagoas: potencialidades, foi enfocada pela pesquisadora Rute Ferreira Barbosa com estudos nos municípios de Porto Calvo e Maragogi, locais com potencialidades para sítios históricos. Foram debatedores da mesa-redonda Arqueologia Pré-Histórica os pesquisadores Sarah Cavalcante, João Carlos de Lima Moraes e Filipe Simões.

Estudos em Arqueologia

A arqueologia é a ciência que estuda as sociedades através de sua cultura material. Por cultura material se entende todo objeto/artefato confeccionado pelo homem, desde a pré-história até os dias atuais. O Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológico (Nepa) da Ufal surgiu da necessidade de haver um núcleo que contribuísse de forma contínua e sistemática para o estudo e conhecimento do patrimônio arqueológico em Alagoas, que até então apresentava carência na área.

Nesses 10 anos, o Nepa já atuou em praticamente todo o Estado, conseguindo produzir um banco de informações significativas no que se refere ao patrimônio arqueológico alagoano. Alunos, especialmente dos cursos de Ciências Sociais e História que passaram pelo Núcleo, têm dado continuidade a carreira acadêmica em arqueologia em programa de pós-graduação em diversas instituições de ensino superior do país, a exemplo da Universidade Federal de Sergipe e Universidade Federal de Pernambuco.

Entre as atividades do Nepa da Ufal estão Processamento de Artefatos Cerâmicos; As etapas do processamento arqueológico: escavação arqueológica; Processamento de artefatos provenientes do Sítio Estaleiro; As etapas do processo arqueológico: estudos em laboratório; Tipologia dos artefatos cerâmicos da Serra da Barriga; e Projeto arqueológico Barragem Coruripe I.