Ufal discute parceria com Museu Darwin de Moscou
Instituição é uma das mais importantes da Rússia e sua parceria pode ajudar na reestruturação do MHN
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Pedro Barros - estudante de Jornalismo
Com a proposta de firmar parceria com a Universidade Federal de Alagoas, a diretora do Museu Darwin de Moscou, Anna Klyukina, esteve reunida, esta semana, com o reitor Eurico Lôbo, a vice-reitora Rachel Rocha, docentes, pesquisadores e técnicos. O objetivo do encontro foi discutir intercâmbio de alunos e professores, troca de material científico e produção conjunta de artigos e periódicos acadêmicos.
Anna Klyukina Durante a troca de informações, foi discutida a possibilidade de firmar convênio para também reestruturar o Museu de História Natural da Ufal. O reitor reafirmou o compromisso com o Museu de História Natural, com a proposta de transferi-lo para o prédio do antigo Centro de Ciências Biológicas (CCBI). "Firmamos um acordo com o governo do Estado, devido à situação crítica do momento, mas isso é temporário", explicou, referindo-se à instalação de salas para o Instituto Médico Legal (IML) no local.
Reiterou, no entanto, que a obra, que também inclui a criação do Memorial da Ufal, devido a sua complexidade e peculiaridades, não deve ser concluída em curto prazo. "A manutenção do museu é algo muito complexo e requer pessoas qualificadas em várias áreas de conhecimento para dar suporte; talvez seja um dos núcleos mais complexos em termos de construção, gerenciamento e divulgação", afirmou o reitor, completando que, este ano, o museu recebeu três novos funcionários.
Anna Klyukina chamou a atenção para a necessidade de divulgação científica para a população em geral, para que o conhecimento não circule somente entre os cientistas. "É necessário criar uma geração cientificamente educada", declarou. Segundo a bióloga, os museus são um importante meio para essa finalidade. “Hoje, muitos pesquisadores agradecem ao Museu Darwin por divulgar suas descobertas”, completou.
Em visita a Alagoas, Anna Klyukina também participou de palestra na Universidade e conheceu laboratórios e as coleções de répteis, anfíbios, moluscos, paleontologia e geologia do MHN. A diretora também visitou a réplica da caverna e o salão de exposição do museu, atualmente fechados. O museu russo também poderá auxiliar museus alagoanos através de orientações, informações e métodos relativos à conservação, manutenção e exposição de acervos.
Para o biólogo Filipe Augusto Nascimento, a importação e exportação de espécimes científicos será muito importante para ambas as instituições, devido à diferença entre os biomas brasileiros e russos. "São continentes que possuem diversidades biológicas diferentes. A importância primária para os museus é aumentar a representatividade dos acervos. Podemos ter peças que de outra maneira seria impossível adquirir. Ambas as instituições serão beneficiadas por essa troca", afirmou.
Museu Darwin
O Museu Darwin de Moscou, fundado em 1907 pelo naturalista Alexander Kohts, é o mais importante Museu de História Natural da Rússia, chegando a receber mais de 500 mil visitas por ano. Atualmente trabalha com coleções e pesquisas em diversas áreas, de humanas a naturais. O interesse é aproximar a ciência do público, levando conhecimento em linguagem popular.
Eventos
Durante visita à Ufal, Anna Klukina foi acompanhada pelos intérpretes Vladmir Levit e Natalia Fedorova, professores russos do curso de Meteorologia da Ufal. Além de questões institucionais, a bióloga também participou de evento promovido pela Universidade.
Proferiu palestra no 1º Ciclo de Debates sobre o Binômio Natureza e Cultura, com o tema Uma cultura anfíbia na transversalidade de saberes: Alagoas e Rússia, coordenado pelo Programa de Pós-Graduação em História da Ufal, em conjunto com o Museu de História Natural, o Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), o Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat), do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca), e as pró-reitorias de Extensão (Proex) e de Pesquisa e Pós-Graduação (Propep).