Ufal é a segunda casa para mais de 30 mil pessoas
Com 53 anos de criação a Universidade Federal de Alagoas faz parte da história e da rotina de toda a comunidade acadêmica
- Atualizado em
Manuella Soares - jornalista
A bela orla de Maceió era a imagem diária de quem frequentava a Universidade Federal de Alagoas há 53 anos, quando foi criada. A Ufal funcionava onde hoje é o prédio do Detran, no Pontal da Barra, mas atualmente, bem maior e descentralizada para o interior, a instituição reúne um conjunto de paisagens diferentes em locais que passam a ser parte da rotina dos mais de 25 mil alunos, 1.550 docentes e 1.680 técnicos administrativos.
O Campus A.C. Simões rodeado de árvores deixa o local mais agradável, principalmente em dias do verão de janeiro. As praças espalhadas entre as unidades acadêmicas são pontos de parada favoritos de muita gente. Seja para ler um livro, conversar ou namorar. Erivaldo Lourenço e Juliana Cavalcanti passam grande parte do tempo juntos. Eles estudam na mesma turma do curso de Ciências da Computação e também dividem momentos a dois, como namorados.
O casal elegeu um cantinho especial na praça ao lado do Restaurante Universitário para esquecer as obrigações estudantis. “No pouco tempo que temos nos intervalos das aulas, ficamos aqui embaixo de uma árvore, numa sombrinha”, contou Erivaldo. “Quando a gente quer ficar com o grupo, vamos para a praça do Ctec [Centro de Tecnologia], mas quando queremos ficar um pouquinho à sós, este é o melhor lugar”, revelou Juliana.
Esses jovens procuram uma convivência harmônica e agradável porque passarão aqui alguns dos melhores anos da vida, verão etapas sendo concluídas e, novos ciclos se abrindo. Em mais de cinco décadas de ensino, pesquisa e extensão a Ufal foi responsável pela formação e capacitação de milhares de pessoas nos 84 cursos de graduação e 31 programas de pós-graduação, além de prestar serviços à sociedade beneficiando mais de 160 mil pessoas atendidas nos 573 projetos fora dos campi.
Outras oportunidades vêm junto com os anos de maturidade desta instituição que completa 53 anos. “Estamos ampliando e vamos ofertar novos cursos em Maceió e no interior e o campus no litoral, em Porto Calvo, já é fato concreto e irá ofertar cinco novos cursos. Portanto, finalizando mais essa etapa, serão cerca de 900 novas vagas, ampliando cada vez mais a oportunidade de os jovens alagoanos terem acessos ao ensino superior, que considero um passaporte de transformação social” ressaltou o reitor Eurico Lôbo.
A natureza a favor
Enquanto novos cenários não chegam, a comunidade acadêmica da Ufal desfruta de uma diversidade urbana e interiorana com tudo de mais característico de Alagoas. O clima quente do sertão, a vegetação do agreste e a riqueza do Rio São Francisco completam as estratégicas escolhas de consolidar a educação superior em regiões onde há indiscutível potencial transformador para o Estado.
A aluna do curso de Engenharia de Pesca em Penedo, Mirelli Bruno, conta que é privilegiada por estudar numa cidade que, além de ser patrimônio histórico, tem particularidades que encantam. “Lá tem uns bancos que ficam de frente para o rio, então quando eu saio do laboratório, no final da tarde, fico sentada com amigos vendo o pôr do sol. É muito agradável”, lembrou.
Com certeza o local preferido de Mirelli na Ufal já está escolhido, mas quando ela precisa resolver alguma coisa na Reitoria, no Campus A.C. Simões, em Maceió, costuma deixar o tempo passar no hall aberto, entre as árvores, aproveitando para se atualizar ou se divertir na internet por meio da rede wifi livre. É... a Ufal se modernizou! Já foram investidos mais de R$ 20 milhões na compra de equipamentos, ampliação da rede de fibra ótica, implantação do sistema VOIP de telefonia e internet wifi nos campi de Maceió e do interior.
Espaço de qualidade e oportunidade
Uma estrutura física de qualidade é meta constante da gestão que tem trabalhado na busca de recursos para melhoria de laboratórios, material de trabalho, inovação e tecnologia, oportunidades de intercâmbio, valorização dos equipamentos culturais, conforto para os residentes universitários e satisfação para os usuários do Restaurante Universitário, que serve mais de 1.500 refeições todos os dias.
A hora da refeição ou do lanche é realmente um momento importante para quem passa muito tempo no campus. As opções para quem trabalha ou estuda na Ufal variam entre custo, benefício e praticidade. As alunas do programa de doutorado em Química, Ana Júlia e Andreza, contam que já conhecem cada lanchonete e cada restaurante daqui. “Estou na Ufal há nove anos, entre graduação, mestrado e doutorado, então costumo diversificar nas escolhas para não enjoar”, brincou Andreza. A lanchonete conhecida por “barraca da tia” é a atual preferida das duas, que, mesmo precisando repetir os lanches, dizem não ter do que reclamar. “A Ufal é minha segunda casa e, muitas vezes parece ser a minha própria casa! Se estou aqui há tanto tempo é porque ela me deu essa oportunidade”, comentou Ana Júlia.
A decisão por continuar os estudos depois da graduação é uma realidade acompanhada pela Ufal com investimentos em mais espaços de capacitação para o crescimento profissional, tanto de alunos quanto de técnicos e professores. Progressão com excelência é um resultado constatado nas mais de cinco décadas da instituição. “São 53 anos bem vividos! Só temos a comemorar e cada vez mais trabalhar forte para que a Ufal assuma seu papel de liderança no processo de formação dos jovens no Estado, mas que seja, ao mesmo tempo, um grande vetor de desenvolvimento social”, reforçou Eurico Lôbo.
As pesquisas estão aí para contribuir com o processo almejado. Os projetos oferecem bolsas de incentivo e uma bagagem vasta de conhecimento. Privilegiados, são aqueles que tiveram, terão um dia, ou têm hoje a Ufal como endereço, assim, podem comemorar também os 53 anos de transformação. A Universidade celebra vitórias e mudanças na vida de pessoas que tiram proveito do que a ela oferece para buscar a realização.
“Toda vez que você sobe um degrau, vê a resposta lá na frente, porque fica cada vez mais perto dos seus objetivos. Isso me faz ter orgulho daqui, porque está me proporcionando realizar todas as etapas que tracei”, contou Ramiro Batinga, mesmo cansado, depois de um dia de trabalho no Laboratório de Síntese e Catalise (LSCat), mas, se dizendo feliz por poder voltar à Ufal no dia seguinte.