Feras das Engenharias participam de curso de nivelamento
As duas semanas de aula, durante as férias, tem o objetivo de relembrar conteúdos que servem como base para iniciar bem a vida acadêmica
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Lenilda Luna - jornalista
As aulas do ano letivo de 2014 na Ufal começam oficialmente em 10 de março, mas os feras das Engenharias Civil, Ambiental, Química e de Petróleo já estão movimentando o Centro de Tecnologia da Ufal, no campus de Maceió. São duas semanas de aula, que começaram no dia 17 de fevereiro, para revisar conteúdos de química, física, matemática e outros assuntos específicos para a área de Exatas, que vão ser fundamentais para a compreensão de disciplinas como Cálculo, que são pré-requisitos para avançar na formação acadêmica.
Segundo os organizadores do evento, a evasão é grande nas Engenharias justamente porque muitos alunos, principalmente oriundos das escolas públicas, onde existe carência de professores de física e matemática, chegam despreparados para as novas etapas de estudo. "Para passar no Enem, os alunos estudam um pouco de tudo, têm conhecimentos generalizados. Mas agora que estão iniciando um dos cursos de Engenharia oferecidos pela Ufal, eles precisam focar em conteúdos específicos para conseguir acompanhar as aulas, sem pensar em desistir", ressalta Ronney Agra, do PET de Engenharia Civil.
O curso de Engenharia Civil foi o pioneiro em dois eventos importantes para a formação de novos alunos: O Paespe, que é um Programa de Apoio às Escolas Públicas do Estado, com a finalidade de suprir carências dos estudantes do ensino médio da rede pública de Alagoas, e o Curso de Nivelamento, que revisa esses conteúdos com os novos estudantes dos cursos de Engenharias. Desde o ano passado, o Curso de Nivelamento é organizado de forma conjunta pelos Programas de Educação Tutorial (PETs) de Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Ciência e Tecnologia, Centros acadêmicos dos cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia Química e Engenharia de Petróleo; Empresas júniors (PROTEQjr e EJEC) e grupo LIGA.
A programação das duas semanas de nivelamento para os feras inclui, além de estudo, outras dinâmicas. "Além do estudo direcionado, tivemos um trote animado, depois do primeiro dia de aula, e programamos gincanas, com jogos como caça ao tesouro, além da apresentação da entidades estudantis e dos laboratórios, para os estudantes terem um panorama de todas as atividades acadêmicas que podem realizar durante o curso", informou Wildson Leite, do curso de Engenharia Química e um dos organizadores do evento.
Feras aprovam o nivelamento
Tanto para os estudantes que fizeram o ensino médio em escola particular, como para os de escolas públicas, o nivelamento é considerado um momento bastante produtivo. As amigas Isabela Peixoto, Isabelle Silva e Letícia Bezerra estudaram em uma conceituada escola particular de Maceió. Elas afirmam que tiveram uma ótima base no estudo de ciências exatas, mas ainda assim consideram importante participar do nivelamento. "É uma oportunidade de relembrar assuntos e de nos integrarmos com a nossa futura turma", ressalta Isabela.
Já Maria Emmanuele Damaris veio da Escola Estadual Aurelina Palmeira, no Vergel, onde concluiu o ensino médio em 2012. "A escola tinha carência de professores, por isso, o mesmo professor assumia as disciplinas de Matemática e Física e outro de Biologia e Química, com isso eles não tinham muito tempo de detalhar o assunto. Minha turma chegou a a passar quase um ano letivo sem aula de Física", relatou a aluna.
O que ajudou Emmanuela a superar essas deficiências foi a determinação. "Eu fui aluna do Paespe. Na época, assistia aulas na escola pela manhã, trabalhava à tarde e à noite ainda vinha para a Ufal para me preparar para o Enem. Passei em Física, bacharelado, e cursei em 2013, mas o que eu queria mesmo era Engenharia Química e consegui ser aprovada na última seleção do Sisu. Estou ansiosa para começar o curso e quero retribuir a ajuda que recebi, sendo monitora do Paespe", comemorou a estudante.
Raul Ferreira e William Cavalcante, do PET Ciência e Tecnologia, são monitores do curso de nivelamento e conhecem bem essa realidade vivida por Emmanuela. Eles também vieram de escolas públicas, estudaram bastante para suprir o que faltou de conteúdo de exatas no ensino médio e conquistaram a aprovação para o curso de Engenharia Química da Ufal. "Essas duas semanas estão contribuindo para reduzir a desistência nos cursos de Engenharia. Durante o nivelamento, além das aulas, tentamos motivar os alunos e informamos sobre todas as possibilidades de crescimento acadêmico oferecidas pela universidade", disseram Raul e William.
Roberto Vieira dos Santos também fez o Paespe em 2012. Ele veio do Ifal e passou na primeira seleção, cursando Engenharia Ambiental, em 2013. Mas a primeira opção dele era Civil, por isso fez de novo o Enem e Sisu e estava novamente como fera no curso de nivelamento, assistindo a uma palestra ministrada pelo professor Eduardo Toledo, sobre a atuação do engenheiro estrutural. "Além da base para iniciar o curso, no nivelamento temos uma melhor visão da Ufal. Percebemos que a universidade não é só aula, mas tem uma série de atividades nas quais podemos nos integrar", reiterou o aluno.
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