Projeto de extensão permite que reeducandos trabalhem e estudem na Ufal

Convênio com a SGAP busca estimular reintegração social de egressos no sistema penitenciário alagoano


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Pessoal reunido no auditório da Reitoria | nothing
Pessoal reunido no auditório da Reitoria

Jônatas Medeiros e Pedro Barros - estudantes de Comunicação

Há 12 anos, a Universidade Federal de Alagoas mantém convênio com a Superintendência Geral de Administração Penitenciária (SGAP), com o objetivo de propiciar aos apenados recolhidos nos estabelecimentos prisionais do Estado condições de trabalho nas dependências da universidade, auxiliando-os no ajustamento no trabalho produtivo e na convivência social.

Os 20 reeducandos que trabalham na universidade atualmente podem estudar por meio do projeto de extensão Inclusão social pela educação de jovem e adultos: alfabetização e noções de cidadania para reeducandos dos regimes semi-aberto e aberto beneficiados pelo convênio Ufal-SGAP, coordenado pelas professoras Elaine Pimentel, da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA), Marinaide Freitas, do Centro de Educação (Cedu) e Ruth Vasconcelos, do Instituto de Ciências Sociais (ICS).

Na sexta-feira, 7 de fevereiro, a Superintendência Geral de Administração Penitenciária promoveu, no auditório da Reitoria, no Campus A. C. Simões, o "Café da Manhã Motivacional: Alimentando a Autoestima", que reuniu mais de 500 pessoas, entre reeducandos e seus familiares. O evento, que contou com palestra, exibição de vídeos, música, sorteio de brindes e coffee break, visava promover a reintegração social e profissional. "A Ufal é a primeira instituição que fez convênio com essa gerência. Como uma grande parceira do Sistema Prisional, abriu as portas para que o evento fosse feito aqui", relata Pimentel.

Segundo a gerente de reintegração social da SGAP, Shirley Mirely Gonçalves Araújo, foi a primeira vez que o órgão promoveu esse tipo de evento. "Tivemos como intenção juntar os reeducandos que estão trabalhando nos convênios da SGAP e do regime aberto e semiaberto para mostrá-los que eles só podem sair dessa condição através do estudo. Buscamos alimentar a autoestima deles e motivá-los a buscar cursos e capacitações", explica. Shirley informou que está sendo feito um levantamento dos cursos de interesse dos egressos e de quantos ainda precisam ser alfabetizados.

Na palestra "Caminhos da Reintegração Social", Elaine Pimentel falou sobre a importância do estudo, do trabalho e dos olhos voltados para um futuro além dos convênios. "Os convênios só existem enquanto a pessoa está na condição jurídica de apenado. Depois, ela terá de procurar espaço no mercado de trabalho", explica. A professora também ressaltou a dimensão pessoal e afetiva. "Por isso os familiares também estavam aqui: esposas, filhos, netos, sobrinhos... pessoas que fazem parte dessa dimensão".

Estiveram presentes representantes da Defesa Civil, Polícia Militar, Perícia Oficial, Corpo de Bombeiros, Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas (DER), Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Como representante da SGAP, se pronunciou o major Marcos Henrique do Carmo.