Ensino da matemática ganha atrativo no curso de Pedagogia
Projeto de professor incentiva atividades com mais interação e curiosidades
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Manuella Soares - jornalista
Uma iniciativa que transformou a rotina de algumas turmas do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas. Levar as novas tecnologias para sala de aula foi a alternativa encontrada pelo professor Carloney Alves para chamar a atenção dos alunos da disciplina “Saberes e metodologias do ensino da matemática”. O projeto deu certo e os resultados estão espalhados pelo Centro de Educação (Cedu).
Encontrar uma figura como a da foto em anexo não é mais um enigma. Os alunos não só aprenderam que existe uma ferramenta que faz a leitura do código por meio de um dispositivo móvel, como foram estimulados a gerar um código que ficasse acessível. O professor explica que os “QR Codes”, como são chamados esses códigos de barra em 2D, servem para transmitir algum tipo de informação, a exemplo de um endereço eletrônico, um vídeo ou uma mensagem. E foi a partir daí que ele lançou o desafio para as turmas.
A ideia foi produzir conteúdo relacionado à disciplina e codificar através do computador, num gerador de QR Code. Depois de ensinar o caminho, os alunos tiveram de caminhar com as próprias pernas para realizar um trabalho atrativo e interativo. Defensor do uso das tecnologias em sala de aula, Carloney acredita que isso é um facilitador do aprendizado. “Esses alunos serão professores da educação básica e a gente percebe que esses meninos estão imersos nas tecnologias. Eu acredito que atrai, porque a gente procura desmistificar esse ranço de que a matemática é o bicho papão, que a disciplina é difícil, então a gente procura trabalhar de forma lúdica e criativa estimulando o raciocínio para trazer novas formas de se trabalhar com a matemática e não somente o quadro e o giz, como antigamente”, ressaltou.
Quando o assunto é novidade, logo o interesse sobressai. Maraysa Lima aproveitou um tema trabalhado durante o semestre na disciplina para desenvolver uma espécie de jogo de desafio. Quem decodificar o código gerado por ela em algum lugar da Ufal vai poder interagir com a matemática. “O meu desafio primeiro foi conhecer esse sistema e depois criar novas perspectivas para colocar no QR Code e expandir na Universidade. Mas achei muito legal e já pretendo utilizar em outros trabalhos”, contou. Os aplicativos que fazem a leitura dos códigos podem ser baixados de graça no celular ou tablet.
Estratégia de marketing usada em sala de aula
Os QR Codes foram inicialmente usados na indústria, mas foi pensando em criar produtos interativos que as empresas de marketing começaram a utilizar os códigos. Assim, após decodificados, os símbolos fazem o papel de informar e atrair o consumidor para um site ou uma promoção. A diferença de um código de barras tradicional é que o QR Code é capaz de armazenar uma maior quantidade de dados, permitindo inserir imagens, vídeos, jogos entre outros atrativos.
A aluna do 7º período de Pedagogia, Eliane Ferreira, aproveitou o mote do uso das tecnologias nas práticas do ensino e produziu um vídeo em parceria com uma colega de sala dando dicas de como desenvolver uma boa aula de matemática. Em seguidas as estudantes codificaram para um QR Code que gerava o link da mídia eletrônica. Ela conta que todo o trabalho serviu para a vida dentro e fora da universidade.
“Isso estimulou principalmente a nossa criatividade, porque a gente pesquisa, aprende e desperta a curiosidade também, já que agora nenhum código desse passa despercebido. Eu encontro até dentro de salgadinho, em shampoo, no banco, ou no supermercado.”, comentou Eliane, satisfeita com o resultado da atividade que, segundo ela, vai inspirar novos projetos.