Mais de 1,5 mil alunos participaram da Expofísica 2014

Na organização, o evento envolve em média 70 estudantes universitários


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Experimentos mostraram o lado curioso de objetos comuns do dia-a-dia
Experimentos mostraram o lado curioso de objetos comuns do dia-a-dia

Pedro Barros - estudante de Jornalismo

"Não é possível, a física não permite!", gritava Galvão Bueno após o surpreendente gol de Roberto Carlos num jogo amistoso contra a França, em 1997. Segundo físicos, o narrador estava errado: a curva que a bola fez até a rede é um fenômeno chamado efeito Magnus, provocado pela circulação do ar.

Casos incríveis no futebol, como esse, são assuntos comuns na conversa de amigos que gostam do esporte, mas foi tema educativo na 12ª Expofísica, evento promovido anualmente pelo Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O objetivo é divulgar os conhecimentos científicos de forma dinâmica para alunos do Ensino Médio.

Este ano, de 28 a 30 de maio, a Expofísica recebeu mais de 1500 alunos, de 27 escolas de vários municípios alagoanos e um da Bahia. Segundo a coordenadora e fundadora do projeto, Maria Tereza de Araújo, eles passaram a receber 130 alunos a cada duas horas. O número de estudantes universitários que participam da organização também é expressivo. "Nós formamos uma equipe de professores aqui do IF e uma faixa de 70 alunos da Física, Química, Biologia e Matemática. Eles atuam como monitores, seja realizando os experimentos ou acompanhando as turmas escolares", falou.

Além do stand Física do Futebol, outros cinco trataram do que os físicos descobriram ao longo dos séculos sobre a fotografia, a visão, os lasers, as diversas formas de energia, a gravidade e a música. O objetivo era mostrar a aplicação prática dos conceitos ensinados em sala de aula e a explicação de como funcionam as tecnologias que usamos diariamente. O Barato da Física, por exemplo, foi um expositor dedicado a mostrar como é possível fazer experimentos com baixo custo e materiais recicláveis.

Para o técnico de laboratório Helton Ferreira, responsável pelo stand sobre ótica e lasers, o objetivo da Expofísica vai além de fazer a ciência tornar-se mais popular. "Percebemos que há uma grande deficiência do ensino de física na educação alagoana. Nosso objetivo é tentar suprir essa falta", explicou.

O evento começa a ser organizado um ano antes. "Por volta de novembro, eu já preparo o projeto e a equipe trabalha até maio. Primeiro pensamos em que novidade acrescentar, o que chama a atenção naquele ano, que stand pode ser substituído. Nossos alunos de licenciatura ficam encarregados de preparar os experimentos e as apresentações. Desta vez, o assunto principal foi futebol porque estamos em ano de Copa. Mas já tratamos, por exemplo, de esportes radicais e, na edição anterior, do cinema 3D", explicou Tereza, que conheceu vários estudantes que escolheram cursar física inspirados pela Expofísica. "É sempre um prazer imenso realizar este evento, tanto para nós professores quanto para nossos alunos. Eles não ganham nada, a não ser essa fabulosa experiência", contou.

O estudante Filipe Barbosa, de União dos Palmares, nunca pensou que ia tocar bateria numa aula de física. Ele foi convidado pelos monitores do stand "Física da Música", que formaram uma banda e mostraram a física do som na prática. "Queria aprender nas aulas do colégio como aprendi hoje", disse.