Ufal em Defesa da Vida se engaja no combate ao Tráfico de Pessoas

O Ato acontece no dia 22 de maio, de 8h30 às 17h, no auditório da reitoria, com uma reflexão sobre "Uma forma silenciosa de violação à dignidade humana"


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Ruth Vasconcelos convida a comunidade para debater o tema
Ruth Vasconcelos convida a comunidade para debater o tema

Lenilda Luna - jornalista

No 14 de abril deste ano, na Nigéria, 276 meninas foram sequestradas de uma escola por um grupo islâmico ultrarradical. A comoção internacional foi manifestada pela imprensa e pelas redes sociais. Essa ação inaceitável e de extrema violência mobilizou a opinião pública. Mas, como diz o lema do próximo ato Ufal em Defesa da Vida, essa forma de violação aos direitos humanos acontece diariamente bem perto de nós, aqui no Brasil, de forma silenciosa, sem provocar protestos contra o sequestro e exploração sexual de crianças e adolescentes. "A clandestinidade em que essas pessoas ficam submetidas faz com que esse crime ainda tenha pouca ou nenhuma visibilidade", afirma Ruth Vasconcelos, coordenadora do programa Ufal em Defesa da Vida.

Recentemente, no dia 7 de maio a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara aprovou um projeto torna crime hediondo o tráfico internacional de pessoas e de exploração sexual. Um importante debate que é travado no Congresso Nacional e precisa mobilizar a sociedade. "Esse é um tema da maior importância para todos que partilhamos esse tempo atual em que assistimos ao agravamento da criminalidade em todo o Brasil e no mundo. Trata-se de um tipo de violência ainda pouco discutida e evidenciada, apesar de vitimizar milhares de pessoas", enfatiza Ruth.

O próximo ato do projeto "Ufal em Defesa da Vida" convida a comunidade acadêmica e a sociedade em geral para debater essa questão tão dolorosa, que expõe uma forma cruel de violação dos direitos humanos. "Esse crime se caracteriza pela situação em que as pessoas, de qualquer sexo ou idade, são recrutadas, transportadas, transferidas, raptadas, 'por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção', ficando sob o controle e submetidas ao abuso de poder de uma outra pessoa que se beneficiará financeiramente com a exploração do trabalho ou através da exploração sexual", ressalta a coordenadora.

O combate em Alagoas

O estado de Alagoas chegou a ter um Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, mas os trabalhos não foram adiante. "O núcleo foi desarticulado, sem concluir os trabalhos de pesquisa para consolidação dos dados sobre o tráfico em Alagoas. Em nosso 14º Ato, teremos a participação da pesquisadora Thaísa Christine de Oliveira Costa, que participou desse Núcleo e que nos informará há quantas anda esse trabalho sobre o tráfico de pessoas em nosso estado. Além disso, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária e o Ministério Público são instâncias que lidam diretamente com esse tipo de crime. Nosso ato terá a presença de pessoas que estão trabalhando com essa temática, e que certamente nos trarão informações importantes sobre essa problemática", informa Ruth Vasconcelos.

O Ato na Ufal

Segundo a coordenadora do programa, o tema do 14º Ato Ufal em Defesa da Vida foi sugerido pelo padre Márcio Manoel, que está fazendo o mestrado em História na Ufal e também é servidor da instituição. "Ele nos procurou sugerindo o tema e imediatamente acatamos porque reconhecemos a magnitude da problemática. Vale ressaltar que a Igreja Católica elegeu o tema 'Tráfico de Pessoas' para Campanha da Fraternidade nesse ano de 2014. Em função disso, teremos a participação do Arcebispo Dom Antônio Muniz, que falará sobre como a Igreja tem contribuído para o enfrentamento do tráfico de pessoas em nosso país e no mundo", relata Ruth.

O 14º Ato Ufal em Defesa da Vida será realizado no dia 22 de maio, de 8h30 às 17 h, no auditório da reitoria, no campus da Ufal em Maceió, com a realização de debate e exibição de um filme sobre o tema. "Mais uma vez a Pró-reitoria Estudantil, através do Programa Ufal em Defesa da Vida, cria um espaço importante para discussão de um tema de maior relevância para a comunidade universitária. Esse é um tema que nos diz respeito, na medida em que diz respeito ao sofrimento humano. A universidade não pode ficar fora desse debate; a universidade precisa se engajar na rede de combate e enfrentamento ao tráfico de pessoas, unindo-se aos movimentos, entidades e instituições que já abraçaram essa causa", convoca Ruth Vasconcelos.