Ufal recebe visita do adido da Educação do Timor-Leste

O adido Luis de Souza está percorrendo vários estados brasileiros para avaliar a situação dos estudantes de seu país


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O reitor Eurico Lôbo conversa com o adido cultural do Timor Leste
O reitor Eurico Lôbo conversa com o adido cultural do Timor Leste

Lenilda Luna - jornalista

Nesta sexta-feira, 16, o reitor Eurico Lôbo recebeu no gabinete o adido da Educação do Timor-Leste, Luis de Sousa Sequeira. O representante do Timor está percorrendo vários estados brasileiros para avaliar como estão as condições de adaptação dos jovens timorenses que vieram estudar no Brasil. Participaram da reunião o professor Niraldo Farias, assessor internacional da Ufal, Sharon Yung Hsu, estagiária da Assessoria Internacional, e os três estudantes timorenses que estudam na Ufal.

O Timor-Leste é um país asiático com território menor do que o estado de Sergipe, mas enfrenta desafios enormes desde que decidiu pela independência da Indonésia e de Portugal, em referendo organizado pela ONU, em agosto de 1999. Uma das estratégias do jovem país para impulsionar o desenvolvimento econômico e cultural são os convênios de educação com outros países.

Atualmente, 146 jovens timorenses estudam no Brasil em convênios mantidos pelo Ministério da Educação, e tem mais outros apoiados por outros programas de cooperação internacional da Capes, além de convênios das igrejas. Os três estudantes timorenses que cursam a graduação integral na Ufal são: João Antônio Gomes da Silva, de Ciências Contábeis, Octávio Manuel dos Reis, de Ciências Econômicas, e Auxiliadora Maria Jesuína Sarmento de Carvalho, de Arquitetura e Urbanismo.

O adido cultural agradeceu a assistência que os estudantes timorenses estão recebendo, mas pontuou algumas questões que precisam melhorar para que eles se adaptem melhor ao país. "Eles ainda precisam fazer cursos de português para ter mais facilidade com a língua escrita formal, e também para compreender melhor o português falado no Brasil, que é bem diferente do que é falado em Portugal. Além disso, nosso sistema de ensino básico é ainda deficiente em exatas, o que dificulta o estudo das disciplinas nessa área", ponderou Luis de Souza.

Como o Timor-Leste é um país que enfrentou um longo período de colonização, muitos conflitos armados, além dos acidentes naturais, a condição financeira da maioria da população é bastante precária. Por isso, o adido também solicitou mais apoio na assistência de moradia e outras questões burocráticas. "Para renovar a identificação no país, por exemplo, é preciso pagar taxas que já deveriam ser liberadas para integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)", ressaltou o adido.

Luis de Souza considerou que o custo de vida em Alagoas é bem mais baixo que em outros estados visitados por ele. Mas os estudantes timorenses, embora estudem gratuitamente, ainda não tem acesso aos serviços da universidade que poderiam facilitar a vida deles, como a Residência Universitária, e moram numa casa de aluguel. O reitor considerou a possibilidade de incluir os estudantes nas novas vagas que serão abertas na Residência Universitária. "Vamos concluir mais dois prédios de moradia no campus até o final do ano, e podemos incluir os timorenses com prioridade em função da situação econômico-social", avaliou Eurico Lôbo.

O reitor manifestou ainda total apoio aos estudantes e solidariedade ao povo do Timor-Leste. "Contribuir para a formação desses jovens faz parte do compromisso institucional da Ufal. Sei muito bem como é difícil viver um tempo fora do país de origem, longe da família e dos amigos. Mas vocês podem contar com o apoio da Assessoria Internacional e de toda a gestão para enfrentar esse desafio e aproveitar da melhor forma possível essa oportunidade de estudos na Ufal", garantiu o reitor.