Núcleo de Estudos sobre Violência promove discussão sobre segurança pública no Caiite 2014

Atividade faz parte do 3º Encontro sobre a Violência que, este ano, tem como tema Os efeitos da violência sobre a democracia


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Discussão sobre Polícias e Investigação criminal
Discussão sobre Polícias e Investigação criminal

Rosiane Martins - estudante de Jornalismo

Na tarde da última quinta-feira, 22, o Núcleo de Estudos sobre a Violência em Alagoas (Nevial) da Universidade Federal de Alagoas promoveu uma mesa de discussão com o tema É possível uma segurança pública cidadã? Participaram da discussão os professores do Instituto de Ciências Sociais (ICS), Júlio Cezar Gaudêncio e Emerson do Nascimento, além da professora da Faculdade de Direito (FDA) da Ufal, Elaine Pimental e Ruth Vasconcelos, coordenadora do Núcleo.

O professor Júlio Cezar começou destacando o estigma que existe na sociedade em relação às políticas públicas e ainda fez uma análise sobre a ideia de polícia ressaltando que é preciso distinguir o uso da força e o uso da violência. Segundo ele, essa distorção do “poder” dos policiais tem feito com que a polícia, muitas vezes, seja reconhecida como um agente de violência. Ele ainda ressaltou áreas de conhecimento que podem ser analisadas para a população compreender com plenitude a função da polícia na sociedade. “É necessário pensar a segurança pública a partir da problematização da democracia”, destacou.

Já o professor Emerson que também é membro do Nevial, falou do contraste entre a relevância do tema e a falta de interesse, em termos de estudos ligados a área. “É preciso repensar o tratamento que se dá a criminalização no Brasil, falta formação de gestão pública de segurança”, enfatizou. O pesquisador ainda fez uma crítica ao silêncio que muitos têm diante das políticas públicas. “A gente na academia, por exemplo, às vezes tem certo descaso. Gastamos mais tempo analisando do que propondo e fazendo diferente”, completou.

A violência em Alagoas acontece pra valer na capital e em algumas cidades da zona metropolitana do Estado, não é que as taxas de violência estejam erradas, não estão. Mas a situação não é endêmica, mas epidêmica. E há uma solução para isso e precisa ser tratada de forma localizada. Os problemas do bairro do Jacintinho não devem ser tratados do mesmo jeito que os problemas do Benedito Bentes, o tipo de experiência pública de cada um deve ser diferente”, analisou.