Ufal avalia mais um ciclo do Programa de Licenciaturas Internacionais
Estudantes que passaram dois anos em Coimbra destacam o aprendizado e o amadurecimento pessoal
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Na manhã desta quarta-feira, 13, estudantes que retornaram recentemente de universidades portuguesas, principalmente a de Coimbra, uma das que mais acolhem brasileiros, compartilharam com os professores que coordenam na Ufal o Programa de Licenciaturas Internacionais, o impacto da experiência para a vida pessoal e acadêmica. Esse projeto começou em 2010, com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Universidade de Coimbra.
O objetivo é contribuir para a melhoria do ensino e da qualidade na formação inicial de professores, nas áreas de Química, Física, Matemática, Biologia, Português, Artes e Educação Física. No intercâmbio em nível de graduação sanduíche, os alunos brasileiros estudam metade da graduação em Coimbra e obtêm dupla titulação, ou seja, eles recebem um diploma da Ufal e outro da Universidade de Coimbra.
O coordenador do PLI na Ufal, professor Niraldo Farias, coordenador da Assessoria Internacional, colocou cinco aspectos para a avaliação, incluindo o impacto social do programa. "Alagoas, em especial, pelos níveis muito baixos de desenvolvimento humano e pelas deficiências na educação, precisa muito desenvolver nos futuros professores esse espírito de compromisso e capacidade de enfrentar desafios", ressaltou Niraldo.
Niraldo Farias lamentou que, após quatro anos, o programa talvez não seja renovado. "O que foi colocado pela Capes é que não há orçamento para esse ano. A informação é de que outras modalidades estão sendo avaliadas. Os alunos do programa Ciência sem Fronteiras, por exemplo, estão sendo convidados a ficar mais tempo nas universidades onde fazem intercâmbio para obter a dupla titulação. A cooperação internacional continua, mas a vantagem do PLI era ser voltado especificamente para as licenciaturas", explicou o coordenador.
A professora Leonéa Santiago, do curso de Educação Física da Ufal, comemorou a conquista dos alunos. "Temos 22 graduados em Educação Física, dos campi Maceió e Arapiraca, com dupla titulação. São alunos diferentes, com uma nova visão de mundo. Eles conheceram outra realidade, estudaram numa das universidades mais antigas da Europa. Com essa base, eles vão ficar mais estimulados para fazer mestrado, doutorado e vão atuar com mais qualidade no ensino básico", destacou a professora.
Elton Malta, coordenador do projeto dos cursos de Física no PLI, destaca a experiência pessoal e acadêmica. "Esses alunos encararam um novo ritmo de estudos, uma realidade cultural diferente, estavam longe de casa, sem a companhia dos familiares e amigos. É um desafio e eles cresceram com isso. Independente do resultado, se eles conseguiram a dupla titulação ou não, ficou o aprendizado. Mas nossos alunos se superaram para conquistar aprovação nas cadeiras oferecidas em Coimbra", afirmou o professor.
Os alunos confirmaram a avaliação dos professores. Destacaram o processo de adaptação em um país diferente, os conteúdos diferentes da grade da Ufal, o medo de ficar longe da família, o isolamento inicial, tudo como desafios que fizeram com que eles se desdobrassem nos estudos, ficassem mais observadores para entender novos costumes e se esforçassem para fazer novos amigos e se integrar mais na universidade Europeia. "Nós nos adaptamos à Universidade de Coimbra, mas, com cerca de 400 brasileiros por lá, eles também aprenderam conosco", relataram os alunos.
Veja reportagem sobre os brasileiros na Universidade de Coimbra.