Estudantes da Ufal têm trabalhos premiados em Congresso Nacional
Três trabalhos foram destaque em dois eventos de Tecnologia e Inovação
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Rosiane Martins – estudante de Jornalismo
Alunos da pós-graduação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foram premiados no 4º Congresso Brasileiro de Prospecção Tecnológica (ProespeCT&I), realizado no início de setembro, em Salvador-BA. Ao todo, o grupo da Ufal apresentou sete trabalhos no Congresso. Dois deles receberam premiação como o melhor de cada sessão.
Um dos premiados foi Inibidores de corrosão do concreto: estudos prospectivos, apresentado por Sheyla Ferreira, Jaceguai Soares e os professores Josealdo Tonholo e Silvia Uchôa; o outro, Prospecção Tecnólogica de alimento em forma de barras de cereais utilizando resíduos, exposto por Silvia Uchôa e Tainá Cardoso.
Além do 4º ProespeCT&I também foi realizado o Encontro Acadêmico de Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento (Enapid). Nesse último, a Ufal teve mais um trabalho premiado Patentes Acadêmicas x Patentes Universitárias: Uma avaliação do Inventor acadêmicos nas Patentes depositadas pela via PCT 2002-2012, de autoria do mesmo grupo dos outros dois prêmios – Kelyane Silva, Manuel Mira Godinho, Josealdo Tonholo, Alexandre Guimarães e Silvia Uchôa.
No 4º ProespeCT&I, os trabalhos apresentados foram desenvolvidos por alunos da disciplina Inovação e Propriedade Intelectual ofertada pelo Programa de Pós-graduação de Química e Biotecnologia, ministradas pela professora Silvia Uchôa no período 2014.1. De acordo com Sílvia Uchôa, a prospecção tecnológica é uma temática que faz parte dos trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep) da Ufal.
Segundo a professora Silvia, o trabalho exposto durante o congresso foi gerado após o depósito de uma patente sobre o assunto e que despertou o interesse em conhecer como está o mercado para a comercialização dessa tecnologia. Para ela, essa premiação é importante pelo reconhecimento do que está sendo desenvolvido na Ufal, por meio do NIT.
Silvia Uchôa é também coordenada o NIT e destaca que os trabalhos desenvolvidos pelos alunos fazem parte das pesquisas que o grupo está desenvolvendo e que, pelo menos em um caso, resultou em mais um depósito de patente para a Ufal. Ela ainda ressalta que os trabalhos deverão ser publicados em uma revista científica.
Transferência de tecnologia
Jaceguai Soares, mestre pelo Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal, fala sobre a premiação do trabalho e enfatiza a escolha do tema apresentado. "Desde que iniciei o mestrado na Universidade, a temática do empreendedorismo e transferência tecnológica era tratada com frequência no laboratório de pesquisa do qual sou integrante, o Laboratório de Eletroquímica Aplicada (LEAP)”, lembrou.
No entanto, Jaceguai disse só ter aprofundado o estudo sobre o tema quando cursou as disciplinas de Empreendedorismo e Inovação em Setores Tecnológicos e Propriedade Intelectual e Redação e Escrita de Patentes, ambas ministradas pela professora Silvia Uchôa. “O 'produto final' dessas disciplinas foi a elaboração do trabalho apresentado e premiado no Congresso”, completou.
Para a aluna Sheyla Coelho, receber o prêmio foi uma surpresa. "Tudo isso nos leva a refletir sobre a necessidade de inserção do conceito de propriedade intelectual e transferência de tecnologia nas pesquisas desenvolvidas dentro da instituição, uma vez que as pesquisas realizadas no meio acadêmico podem e devem ser repassadas para a população, dentre outras formas, por meio da produção de tecnologia", destacou.
O professor Josealdo Tonholo ressalta a liderança da professora Silvia Uchoa nas ações de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia, não apenas na Ufal, mas também em nível nacional. “O trabalho de Sílvia vai além de Alagoas; ela é diretora do Fortec [Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia]”, revelou.
“No nosso caso em particular, do laboratório de Eletroquímica, temos uma preocupação constante com a temática da inovação, desde a prospecção tecnológica (busca de alguma oportunidade de desenvolver tecnologia a partir do conhecimento científico que geramos), passando pela questão da proteção (redação e depósito de patentes), até a transferência da tecnologia para a sociedade”, ressaltou.
Pesquisas na Ufal
Segundo Tonholo, o grupo de Eletroquímica do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) existe há 20 anos na Ufal, é o que mais deposita patentes na instituição e tem cerca de 13 das 32 existentes na Universidade. “O grupo tem a preocupação com a formação dos alunos em empreendedorismo e inovação. Um exemplo é o desenvolvimento de dispositivos mais econômicos na produção de cloro e soda feito em parceria com a Braskem, que resultou no Prêmio Finep de Inovação Tecnológica em 2001. No empreendedorismo e inovação social, o grupo já teve experiência com as tecnologias de Bambu, apropriadas pelas Bambuzerias, apoiadas pelo Sebrae nos anos de 2001 a 2006. Fazemos ciência e tecnologia e tentamos promover tanto a inovação tecnológica quanto a social, tudo ao mesmo tempo," relatou Tonholo.
Para o professor, tudo no grupo é resultado de muito trabalho. "Dedicação, esforço coletivo e um bocado de inspiração. Talvez o sentimento seja o de satisfação, mas nunca de dever cumprido e encerrado, pois ainda temos muito o que fazer nas nossas áreas da Química e das ciências correlatas, assim como na cultura do empreendedorismo e dainovação”, ressaltou Tonholo.
O que é o ProespeCT&I
O ProespeCT&I é um evento que visa a promoção da inovação de base tecnológica por meio da propriedade intelectual (PI) e da transferência de tecnologia (TT) que leva ao desenvolvimento e ao empreendedorismo nos âmbitos local, regional, nacional e internacional, nas diversas áreas do conhecimento.