Projeto de Jornalismo vai levar informação a usuários de ônibus e trens

Braskem vai financiar impressão dos jornais Na Linha e Nos Trilhos, produzido por alunos da Ufal


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Professora Andréa Moreira apresenta jornais para assessor de comunicação da Braskem
Professora Andréa Moreira apresenta jornais para assessor de comunicação da Braskem

Pedro Barros - estudante de Jornalismo

Para chegar ao leitor a informação precisa de veículos - de comunicação -, mas a professora de Jornalismo, Andréa Moreira, levou essa ideia bem ao pé da letra. Na última quarta-feira (3), o assessor de comunicação da Braskem, Milton Pradines, reuniu-se com ela na sede do curso de Comunicação Social (COS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para firmar parceria e viabilizar projeto voltado a usuários de transporte público da capital e da grande Maceió.

A empresa vai patrocinar a impressão dos jornais-laboratório Na Linha e Nos Trilhos, que devem circular dentro dos ônibus e nas estações de trem de Maceió e municípios circunvizinhos. "Eles serão afixados nas cadeiras dos ônibus e em locais estratégicos das estações de trem, de forma que o usuário do sistema de transporte público tenha, ao se deslocar, acesso a informação", explicou Andréa, que idealizou o projeto em 2012, numa das disciplinas que ministra, Edição em Mídia Impressa.

O projeto do jornal, que terá periodicidade mensal, deve ser finalizado até o fim de setembro e encaminhado para a empresa. "Esse semestre já teremos a edição número zero", anunciou Andréa, referindo-se à edição piloto. "São dois projetos extremamente relevantes e é de nosso interesse colaborar. Isso aproxima o curso da população e é muito útil para a formação dos estudantes", considerou Pradines.

Jornalismo inclusivo

A política editorial define a publicação como um veículo de "Jornalismo Inclusivo". Segundo a professora, isso envolve critérios como a valorização do cotidiano, atenção aos direitos sociais e busca permanente pela novidade. "Uma visão plural, original, ética e humanística sobre os fatos", explicou.

O objetivo é levar informação a quem não tem. “Queremos atingir um público que não tem acesso à informação ou, se tem, geralmente, não é de qualidade. Buscamos um jornalismo independente, uma comunicação com o caráter acadêmico de criticidade. Não queremos concorrer com os grandes veículos de comunicação, mas queremos incomodar", completou.

Os temas foram escolhidos conforme o público-alvo: os alunos que escrevem para o jornal têm como assuntos propostos saúde pública, combate ao analfabetismo, emprego e formação profissional, problemas urbanos, personagens do cotidiano, cultura local, participação popular na política, entre outros. A linguagem deve ser orientada da mesma forma. De acordo com projeto das publicações, há registro de pesquisa realizada pela Companhia Brasileira de Transportes Urbanos [CBTU], a qual aponta que a maioria dos passageiros do Veículo Leve sobre Trilhos [VLT] em Alagoas tem nível fundamental ou, no máximo, médio de instrução. 

Para Andréa, a academia tem obrigação de favorecer o acesso à informação. "Colocar veículos alternativos na rua é um serviço à comunidade. Informação não é um favor, é um direito da população. É preciso intervir na cidade, botar a cara na rua. A universidade é como uma grande árvore que precisa colocar seus galhos cada vez mais para fora de si e estender suas raízes pela sociedade, para dar sombra e conforto", explicou.

Até ser iniciada a nova grade do curso, os dois veículos devem ficar vinculados à disciplina Mídias Alternativas. "Depois, ela passará para uma disciplina laboratorial, logo que começarem as primeiras atividades práticas dos alunos", acrescentou Andréa.

Atenção, leitores-passageiros! Na Linha e Nos Trilhos: em breve, na próxima parada.