Debate marca os 10 anos do Programa de Pós-graduação em Serviço Social

Mercado de trabalho dos profissionais de Serviço Social foi discutido por pesquisadoras da Ufal, UFRj e PUC-SP


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Debate dos 10 anos da pós-graduação em Serviço Social
Debate dos 10 anos da pós-graduação em Serviço Social

Pedro Barros - estudante de Jornalismo 

Na manhã desta sexta-feira (10), uma mesa-redonda reuniu professoras da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), para debater o tema "Serviço Social, mercado de trabalho e política social - reconfigurações, tendências, novas questões". 

O encontro, que ocorreu no auditório da Reitoria, no Campus A.C. Simões, faz parte das celebrações dos 10 anos do Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS) da Ufal. Integraram a mesa Raquel Raichelis e Carmelita Yasbek, da PUC-SP, Yolanda Guerra, da UFRJ, e Rosa Prédes, da Ufal, sob a mediação da coordenadora do PPGSS, Virgínia Borges. 

As docentes-pesquisadoras fazem parte de um convênio efetivado pelo Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), que permite a colaboração mútua entre as pesquisas na área de Serviço Social dessas três universidades. 

Segundo a professora Virgínia Borges, as comemorações do decênio se iniciaram em maio. "Estamos celebrando esse aniversário em todo o ano de 2014, com palestras, debates, convidados de fora. Também estamos preparando, para entregar o ano que vem, um projeto de criação do doutorado em Serviço Social, com início das atividades previsto para 2016", disse a coordenadora. 

O objetivo é qualificar ainda mais os estudantes da Faculdade de Serviço Social (FSSO), que, segundo a professora, já formou vários professores universitários. "Fizemos um levantamento dos nossos egressos e o resultado foi muito satisfatório. Verificamos que a maioria deles estão trabalhando como docentes em faculdades públicas e privadas", contou Virgínia. 

Mercado de trabalho 

O debate girou em torno das possibilidades de atuação dos profissionais da área, especialmente na área de Políticas Públicas. Segundo a professora Raquel Raichelis, o afrouxamento das regras e relações de trabalho vem trazendo dificuldades e fragilizando os assistentes sociais. "O contexto atual da crise do capitalismo tem provocado várias mudanças no mundo do trabalho e também no desenvolvimento de novas políticas públicas", disse. 

A professora também chamou atenção para o fato de que "uma certa ideologia do gerencialismo" pode descaracterizar o trabalho dos assistentes sociais. "Muitas vezes, estamos numa mesa, atrás de um computador, mexendo em planilhas, não olhando para as pessoas, as famílias que estão por trás desses dados", declarou Raquel. "O cotidiano de muitos assistentes sociais tem se tornado muito burocratizado; eles acabam se perdendo entre metas de produção, ao invés de se preocupar com as pessoas, com a atuação básica do profissional de serviço social", disse a especialista.