Hospital Dia do HU comemora vitórias na luta contra a Aids

Recentemente, hospital conquistou o título de melhor serviço do Estado em resolutividade para os pacientes


- Atualizado em
A coordenadora do Hospital Dia, médica Vânia Pires.
A coordenadora do Hospital Dia, médica Vânia Pires.

Tâmara Albuquerque - Ascom HU

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado em 1º de dezembro, é também uma data para festejar as vitórias que marcaram a trajetória dos quase 30 anos dessa pandemia global que, embora ocupe a 5ª colocação no ranking das principais causas de morte no mundo, registra avanços consideráveis, permitindo que pessoas contaminadas pelo HIV vivam com qualidade. Essa assertiva virou o lema dos profissionais que atuam no Hospital Dia – Infectologia (HD) do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), serviço de referência para o tratamento dos soropositivos em Alagoas. 

Segundo anuncia a coordenadora do HD, médica Vânia Pires, uma vitória importante comemorada no serviço foi alcançar este ano o percentual de 75% de pacientes com carga viral indetectável, condição perseguida por todos os serviços direcionados ao cuidar de pessoas com HIV/Aids. “Esse resultado reflete o comprometimento dos profissionais do HD, da equipe multidisciplinar de residentes e daqueles que nos dão suporte em outros serviços do hospital em estimular a adesão do paciente ao tratamento antirretroviral. Apesar de ser um resultado excelente, nossa meta é avançar ainda mais nesse percentual”, enfatiza a infectologista. 

O Hospital Dia tem cadastrados 470 pacientes em tratamento, dos quais apenas 4% ainda não fazem uso dos antirretrovirais por opção e por apresentarem bons níveis de CD4 (sistema imunológico). “A recomendação é iniciar o tratamento para todos que recebam o diagnóstico positivo, independente da quantidade de CD4 no organismo. Entretanto, os pacientes precisam estar motivados e conscientes da necessidade de iniciar a terapia, já que essa motivação interfere diretamente na adesão ao tratamento. Enquanto essa conscientização não acontece e, sendo possível, nós aguardamos o momento mais apropriado para entrar com a medicação fazendo, no entanto, o acompanhamento ambulatorial”, explica a médica. 

Com o índice alto de adesão ao tratamento, o Hospital Dia conseguiu reduzir em cerca de 70% o número de internações de pacientes por intercorrências, como as infecções oportunistas, pneumonia, diarreias, candidíase oral e esofágica, meningite, tuberculose, entre outras patologias. “Essa redução nos internamentos é outra vitória na luta contra a Aids. Significa que o paciente tem o atendimento adequado e garantido e que ele está fazendo o uso correto dos medicamentos”, considera.

Um dos reflexos positivos desse atendimento é o baixo quantitativo de óbitos registrado no serviço. Este ano, segundo informa a médica, apenas cinco pacientes morreram em decorrência de complicações por Aids, ainda assim, foram casos que deram entrada no HD em estado adiantado da doença, com comprometimentos graves no organismo. 

Os profissionais do Hospital Dia também comemoram o fato do serviço ter conseguido aumentar em mais de 100% o número de atendimentos num período de um ano. “Com a aquisição de mais um profissional na área de infectologia, nós conseguimos admitir o dobro do número de pacientes que tínhamos. Pessoas que estavam com o diagnóstico, mas não tinham onde buscar assistência. Hoje, nós já temos uma demanda reprimida, pois todos os dias, praticamente, chegam pacientes novos, de primeira vez, encaminhados pelos CTAs, de outros serviços de saúde e, especialmente, da nossa maternidade”, informa a médica. 

O Hospital Dia conquistou recentemente o título de melhor serviço do Estado em resolutividade para os pacientes, segundo o Sistema de Monitoramento do Ministério da Saúde.