Novembro Azul faz alerta sobre câncer de próstata
Campanha será realizada durante este mês e tem apoio da Ufal e do Hospital Universitário
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Tâmara Albuquerque – Ascom HU
Os homens ainda reproduzem o comportamento de risco de somente buscar ajuda médica quando têm uma doença estabelecida, mesmo sabendo que, muitas vezes, essa atitude pode significar a redução das chances de cura. A prevenção garantida por meio de uma simples consulta e da realização de exames periódicos continua não sendo uma prioridade no universo masculino. Essa atitude, dizem especialistas, faz parte da cultura patriarcal e é observada em todas as sociedades, mas algumas iniciativas começam a mudar esse cenário.
A campanha Novembro Azul, que foi incorporada ao calendário da política de saúde integral do homem, é uma delas. Durante todo este mês, o brasileiro será lembrado do quanto é importante adotar um comportamento preventivo para vencer o câncer da próstata, que é o segundo tipo de câncer mais frequente, após os tumores de pele. A doença é curável em 90% dos casos, desde que seja diagnosticada precocemente. Portanto, a visita a um urologista é fundamental para assegurar se a glândula, que fica entre a bexiga e o reto, está saudável.
A idade ideal para fazer a consulta com o urologista, nesses casos, é aos 50 anos. Entretanto, o homem que tem histórico familiar de câncer de próstata deve procurar o profissional aos 40 anos ou em qualquer idade, se estiver exposto a fatores de risco ou sente incômodos ao urinar. Segundo explica o urologista Ítalo Nascimento, que compõe a equipe do Ambulatório de Urologia do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU), o câncer de próstata demora a manifestar seus sintomas, exigindo exames preventivos constantes para evitar que seja descoberto em estágio avançado e potencialmente fatal.
O médico considera a campanha Novembro Azul como importante estratégia contra o câncer de próstata. A campanha tem por objetivo ressaltar a importância do diagnóstico precoce da doença, estimulando os homens a fazerem a consulta com o urologista. O exame mais eficaz para avaliar a próstata é o toque retal, mas o ritual completo é composto pelo exame de sangue, que faz a checagem do PSA (antígeno prostático específico); e, havendo suspeita, a biópsia da próstata. O médico comenta que os homens frequentemente têm receio do exame de toque retal, além de preconceito.
“Muitos acham que o exame será doloroso, que pode prejudicar sua masculinidade ou que será alvo de gozação entre colegas por ter se submetido ao toque retal e adia a consulta ao médico por esses fatores”, disse o urologista. Segundo ele, o toque retal é indispensável e não pode ser substituído pelo exame de sangue ou por qualquer outro, como tomografia ou ultrassonografia. “Somente com o resultado dessa avaliação é que o médico terá uma noção real da situação da próstata. Isso é importante porque, no caso de haver uma suspeita para câncer, permite que o médico faça o tratamento curativo e não paliativo”, enfatizou.
A próstata tem o tamanho de uma azeitona quando está saudável. Ela participa da produção do sêmen, que é o líquido que carrega os espermatozoides produzidos nos testículos. O câncer de próstata, assim como todos os cânceres, tem alguns fatores de risco identificáveis, entre os quais: o avanço da idade (depois dos 50 a doença passa a ficar mais comum a cada década); uma dieta descontrolada (rica em gordura animal); a história familiar (15% dos homens com câncer de próstata tem um parente de primeiro grau com a doença) e a raça (a doença acomete mais os homens negros).