Dia Mundial de combate à Hanseniase contará com ação educativa na Estação Ferroviária de Maceió
Integrantes do projeto de extensão vão realizar também campanha educativa nos trens e em vários bairros
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Redação Ascom
O Movimento de Reintegração das pessoas atingidas pela Hanseníase, com a participação da Faculdade de Medicina e da Escola de Enfermagem e Farmácia da Ufal e o apoio de várias instituições, realiza várias atividades de conscientização sobre a Hanseníase. A abertura da programação acontece no dia 28 de janeiro, Dia Mundial de Combate à Hanseníase, na Estação Ferroviária de Maceió, com a participação da Banda do Corpo de Bombeiros, a partir das 7h.
Em seguida, universitários vão entrar nos trens para informar a população sobre o que é a Hanseníase. Nas estações de Maceió e de Rio Largo serão montados postos de atendimento para exames dermatoneurológicos, para os quais serão encaminhadas as pessoas que registrarem alguma queixa relacionada aos sintomas que serão apresentados na campanha educativa.
O Projeto envolve estudantes de cursos de Enfermagem, Farmácia, Psicologia, Serviço Social, Odontologia e Fisioterapia da Ufal, Mauricio de Nassau, FAL, Unit, Seune e Unopar, que foram capacitados para atuar como multiplicadores, no treinamento de sensibilização e atualização em Hanseníase, busca ativa de casos e informações para população, por meio de palestras e entrevistas nos meios de comunicação.
As atividades educativas e de atendimento vão acontecer ainda no dia 29 de janeiro, na Adefal, e no dia 30, na Igreja Assembléia de Deus. “Contaremos com a participação de 53 estudantes e cinco docentes realizando ações de educação em saúde e exame de sintomáticos dermatológicos. Os casos suspeitos detectados pelo grupo serão imediatamente encaminhados para as Unidades Básicas de Saúde mais próximas”, explicou a professora da Esenfar, Clodis Tavares, coordenadora do Projeto na Ufal.
A mobilização pretende reforçar as ações de controle e eliminação da hanseníase. A doença é considerada um problema de saúde pública no Brasil, onde é registrado o 2º maior coeficiente de inciência no mundo, concentrando 90% dos casos nas Américas. "Na Ufal, estamos colaborando com pesquisas importantes, para esclarecer sobre a doença. A hanseníase é cercada de muitos preconceitos e medos, por isso precisamos informar a população de que existe tratamento e cura”, pondera Clodis.
Além da professora Clodis Tavares, da Esenfar-Ufal, participam da coordenação da programação deste ano os professores Rejane Rocha, coordenadora do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan-Maceió), Tamyssa Santos, da Faculdade Mauricio de Nassau, Eloia Barbosa, da Unopar, Antonio Amorim e Amorim Lisboa, da Ufal, e Isvaldo, da FAL.
Dia Mundial de Combate à Hanseníase
O Dia Mundial de Combate à Hanseníase foi criado pelas Organização das Nações Unidas (ONU) em 1954, a pedido do jornalista francês Raoul Follereau, conhecido na época do isolamento compulsório para as pessoas acometidas pela hanseníase, como “o pai dos leprosos”. Follereau dizia que era necessário um dia mundial de combate à “lepra”, como era conhecida a doença, para que um dia ela deixasse de existir. "O objetivo do jornalista era que os doentes fossem tratados, respeitando-se sua dignidade e sua liberdade", narra a professora Clodis Tavares.
A hanseníase é uma doença causada por um bacilo chamado Mycobacterium Leprae, que atinge preferencialmente a pele e os nervos da face ,dos braços e pernas, levando as incapacidades físicas. Quando não diagnosticada precocemente, a doença pode evoluir com deformidades, gerando o preconceito social. "A hanseníase tem cura. Na primeira dose do tratamento morrem 99% dos bacilos e não há mais perigo de contagio", explicou a coordenadora do Projeto de Extensão da Ufal.
Sintomas
Podem surgir manchas avermelhadas ou brancas com alteração de sensibilidade, engrossamento dos nervos, caroços, lesões de pele elevadas (placas), inchaço nas mãos e pés, perda de força muscular e diminuição da sensibilidade protetora nas mãos e pés, levando a ressecamento, fissuras, úlceras (feridas), que levarão à incapacidade física.
A transmissão ocorre pelo convívio com pessoa doente multibacilar e sem tratamento. A pessoa doente não tratada elimina bacilos ao respirar, falar, tossir. É importante saber que a hanseníase não é hereditária e que a maioria das pessoas tem resistência natural contra essa doença.
A coordenação do projeto reforça que toda a população tem acesso ao diagnóstico e ao tratamento, bastando apenas ir à unidade de saúde mais próxima de sua casa. Caso seja diagnosticada a doença, o tratamento é gratuito, dura entre seis e 12 meses, e pode ser feito nas Unidades de Referência no município de Macéio que são: Ambulatório do Hospital Universitário e no Centro de Saúde, na Praça da Maravilha.