Documentário sobre Lei da Água marca programa de debates

No foco da discussão o polêmico Código Florestal Brasileiro


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Laurício Endres, José Roberto e Ronaldo Cerqueira foram os debatedores
Laurício Endres, José Roberto e Ronaldo Cerqueira foram os debatedores

Diana Monteiro - jornalista

Para a primeira edição de 2015 o Programa Ufal Debate Grandes Temas trouxe para discussão um documentário denominado Lei da Água, enfocando ciência, agricultura, política e o novo Código Florestal. A atividade envolveu no debate representantes da comunidade universitária e convidados.

O debate teve como local o auditório Nabuco Lopes, localizado no prédio da Reitoria e contou com a participação do presidente do Comitê da Bacia do Complexo Estuarino Mundaú/ Manguaba, Ronaldo Cerqueira. “Em Alagoas há água sim, o que falta é o gerenciamento por parte do poder público. A sociedade precisa cobrar uma maior atuação do governo para uma melhor qualidade de vida”, frisou.

Na oportunidade, ele falou sobre as dificuldades de atuação enfrentadas atualmente pelos cinco comitês de bacias existentes no Estado e fez um apelo aos alunos, em sua maioria do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), para que participem mais de debates sobre o tema em foco, engajando-se na luta ambiental.

Os outros debatedores foram os professores José Roberto Santos e Laurício Endres, docentes do Ceca, que abordaram a preservação ambiental e reaproveitamento de água. O Programa Ufal Debate Grandes Temas é uma ação da Pró-reitoria de Extensão (Proex) e tem a coordenação de Ulysses Cortez. 

Código Florestal

Polêmico e com mais de um milhão de assinaturas pedindo veto, o Novo Código Florestal é considerado pela comunidade científica um retrocesso no que se refere à todas as formas de preservação do meio ambiente. Composto por 84 artigos, discorre sobre Reserva Legal, Anistia e Redução de Áreas de Preservação Permanente (APP).

No documentário exibido e alvo do debate, foram mostrados que mais de 70% das espécies da costa brasileira dependem dos manguezais. De acordo com a nova lei, fica diminuída a proteção aos manguezais impactando a biodiversidade, ameaçando inclusive, a vida em geral das populações ribeirinhas.

A prática da atividade carcinicultura, técnica de criação de camarões em viveiros, realizada nos maguezais, também recebe críticas dos estudiosos da área, por não ser uma espécie nativa desse ecossistema e causar danos ambientais. A zona costeira é patrimônio nacional e área de proteção permanente, portanto,  ao pé da letra,  intocável.

O desmatamento foi outro foco de debates, mostrando que é crescente no Brasil esse processo nas florestas e cerrado. A nova lei diminui drasticamente a proteção das matas ciliares, impactando a proteção das nascentes  em mais de 70%. Conforme depoimentos, não foi levada em consideração nenhuma recomendação da comunidade científica ao Ministério do Meio Ambiente sobre os graves  danos ambientais com a aprovação do  Novo Código Brasileiro.