Professor participa de expedição marítima em Portugal e compartilha experiência em Penedo

Lenilda Luna - jornalista, com informações de Cláudio Sampaio, pesquisador

No final do ano passado, de 20 de setembro a 4 de outubro de 2014, o professor Cláudio Luis Santos Sampaio, do curso de Engenharia de Pesca da Unidade de Penedo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), teve a oportunidade de participar de uma importante expedição oceanográfica promovida pelo Ministério da Agricultura e do Mar, do Governo de Portugal.

O professor da Ufal integrou a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), que percorreu o Parque Marinho Professor Luis Saldanha, na península de Setúbal, Portugal. "O principal objetivo da campanha M@arbis/Arrábida 2014 foi a cartografia, além do levantamento e caracterização da biodiversidade marinha portuguesa", informa o professor.

Para a marinha portuguesa, a meta desta missão é estabelecer os limites exteriores da Plataforma Continental de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Mas, para os pesquisadores, a experiência traz muitos outros frutos. "O Sistema de Informação para a Biodiversidade Marinha Portuguesa guarda, gere e processa as informações relativas aos organismos e habitats marinhos existentes nas águas sob jurisdição portuguesa, sendo um valioso instrumento para a comunidade cientifica", ressalta Cláudio Sampaio.

O professor informou que a expedição científica foi realizada entre o Outão e o Cabo Espichel, mobilizando quatro navios e envolveu mais de duzentas pessoas, entre cientistas, artistas, estudantes de doutoramento, mestrado e licenciatura, técnicos, instrutores de mergulho, alunos do ensino secundário e tripulações dos navios. Participaram na campanha universidades, laboratórios associados e centros de investigação nacionais e internacionais, dentre os quais a Ufal se destaca.

O trabalho desenvolvido pelo professor Cláudio Sampaio foi colaborar com o levantamento da fauna marinha, realizando um total de 12 mergulhos, sendo um noturno, entre os oito e os 40 metros de profundidade. "Ao todo foram coletados, cerca de duas mil amostras e realizados registros em fotos e vídeo das espécies observadas. Como resultado, até ao momento sabe-se que mais de 60 espécies marinhas, cuja presença na região da Arrábida era desconhecida", relatou o pesquisador da Ufal.

Além dos mergulhos, Cláudio Sampaio palestrou a bordo do Navio de Treinamento do Mar Creoula, da Marinha Portuguesa e posteriormente na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar-IPL, em Peniche, sobre os peixes dos recifes profundos do Nordeste do Brasil. "De volta ao curso de Engenharia de Pesca, em Penedo, estou buscando atrair novos alunos para o Programa de Pós-graduação da Ufal", destaca o professor.

Segundo Cláudio, o intercâmbio com os pesquisadores portugueses continua. "Além de estágios no curso, troca de experiências e novos projetos em parceria com pesquisadores portugueses estão sendo desenvolvidos. Boa parte dessa experiência adquirida está sendo apresentada durante as aulas na graduação, na Unidade de Penedo e no Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos", garante o pesquisador.