Workshop coloca pesquisadores da Ufal em contato com universidades renomadas

Jhonathan Pino - jornalista

Basta um quadro negro, giz e a linguagem universal da Matemática para se reproduzir a fórmula clássica de transmissão de conhecimento, em sala de aula. Essas variáveis não foram deixadas de lado no 5º Workshop de Geometria Diferencial, que ocorreu entre os dias 16 e 20 de março em Maceió. O evento, organizado pelo Instituto de Matemática (IM), trouxe nomes renomados no cenário internacional e dá possibilidade para que alunos da região entrem em contato com docentes de universidades como Stanford, Princeton, Granada e Paris 7, colocando lado a lado os pesquisadores destas instituições e do Programa de Pós-graduação em Matemática (PPGMAT).

Fernando Codá, ex-aluno da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e hoje professor da Universidade de Princeton, no estado de Nova Jersey, Estados Unidos, serve de exemplo para o êxito que a troca de experiências entre os pesquisadores da Ufal vem proporcionando. Após ter passado por instituições como o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e colaborado com pesquisas em Stanford, Codá é um dos vários nomes que ilustram o alto nível do evento.

Hilário Alencar, revela que nomes como o de Codá atraem a presença de pessoas do mundo inteiro, mas também a boa receptividade da cidade reforça a presença deles em Maceió. “Se não fosse o workshop, dificilmente as pessoas teriam condições de ir à Pricenton, ou Stanford, ver esses professores. É isso que faz com que as pessoas daqui entrem num mundo onde circula o nível mais alto da matemática”, exaltou o docente.

Na abertura do Workshop, Codá deu as boas-vindas para todos os participantes e destacou a variedade de atrações que seriam vistas durante a semana. “São pesquisadores do mais alto nível, talvez metade deles venha de instituições brasileiras e a outra metade de instituições importantes do exterior. A abertura do congresso foi feita por Richard Schoen, da Universidade de Stanford, que é uma das maiores autoridades da área de Geometria Diferencial no mundo e está pela primeira vez aqui, em Maceió. Isso mostra o sucesso desse evento, ao trazer pessoas desse calibre para a região”, disse Codá.

Richard Schoen nos falou sobre suas impressões. “Eu nunca estive em Maceió, mas estive muitas vezes no Brasil e percebi que a Geometria Diferencial é muito forte por aqui”. O docente de Stanford é um dos colaboradores de Codá e tem orientado estudantes brasileiros na universidade americana. “Comparando com os estudantes americanos, eu acho que os brasileiros têm um melhor repertório”, salientou.

Frutos do Workshop

Foi participando desse evento que Codá conheceu Abraão Mendes Gouveia, aluno do PPGMAT, e o convidou para trabalhar por um ano em algumas de suas pesquisas, em Princeton, com bolsa de doutorado sanduíche da Capes. Abraão desenvolve investigações na área de Análise Geométrica, sob a orientação do professor Marcos Petrúcio, que vem ressaltando a atuação colaborativa de Codá. “Com uma carreira totalmente consolidada, Codá não mede esforços para a realizar o evento em Maceió e ele é um dos grandes responsáveis pelo êxito e consolidação deste workshop, que já é considerado um dos principais eventos da área na América do Sul”, acrescenta o coordenador do PPGMAT.

Com passagens pelas Universidades de Paris 7, Paris Sud-11, Columbia, além do IMPA, Harold Rosenberg revela que esses workshops seguem o mesmo padrão de qualquer evento de porte internacional da Matemática, seja na Europa, ou nos Estados Unidos. “Eu já trabalhei com muitos alunos do Brasil. Tem jovens aqui muito interessantes, bons matemáticos. Alguns trabalham comigo na França e no Brasil. Sinto prazer em trabalhar com essas pessoas”, disse Harold. O professor ainda revelou, que apesar da timidez de alguns estudantes, Alagoas tem revelado grandes nomes, como Codá, “um dos maiores matemáticos jovens do mundo”, ressaltou Rosenberg.

Keti Tenenbal, docente da Universidade de Brasília (UnB), era coordenadora de área da Capes, quando soube do interesse de professores da Ufal em fazer uma pós-graduação em Matemática, no ano de 2004. Desde então, ela orientou a implantação do programa e este ano também veio prestigiar o evento. “Um pouco mais de dez anos atrás eu estive aqui, vendo a implantação do programa. Foi um trabalho excelente, liderado pelo professor Hilário e hoje em dia estamos vendo os frutos dele, com alunos saídos daqui e fazendo sucesso lá fora”, lembrou a docente.

Para acessar mais informações, acesse a página do evento.