Disciplina da Pedagogia propõe formas lúdicas para o ensino da Matemática
Fantoches, quadrinhos e aplicativos virtuais são utilizados para aumentar interesse dos alunos
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Jhonathan Pino – jornalista
Começou baixinho, quase não dava para ouvir, tampouco havia sincronização da fala com a movimentação das mãos, mas aquela encenação, produzida por alunos da disciplina Saberes e Metodologias do Ensino da Matemática 2, era apenas a primeira vez em que eles experimentavam o teatro de fantoches. Por meio dessa experiência, discentes da Pedagogia testavam como aplicar de modo recreativo os conteúdos da adição, da subtração e das demais expressões numéricas na educação infantil e no Ensino Fundamental.
Carloney Alves, responsável pela disciplina, explica a razão para o estímulo desse experimento. “Tentei desafiá-los, porque, às vezes, a gente faz um teatro de fantoches para contar uma situação, ou representar uma estória, mas não especificamente para o conteúdo de matemática”, relata o docente.
Os alunos puderam escolher a temática que mais lhes interessavam, tiveram que produzir o roteiro, a cenografia e fazer toda a interpretação, por meio do teatro de fantoches. Eles relataram que a escolha do tema “Sistema Monetário” foi feita porque ele envolve qualquer pessoa, inclusive as crianças que costumam manejar dinheiro em seu dia a dia. “A ludicidade encanta e atrai as crianças e os bonequinhos são uma forma de fazer isso, a disciplina é matemática, mas por conter fantoches, isso dá outra vida”, diz Josilene Rodrigues, discente do curso.
Conforme os participantes da disciplina, a grande dificuldade está na falta de costume em utilizar os fantoches para as outras áreas do conhecimento, além daqueles convencionais, como a reprodução da Literatura. “Eu posso reproduzir a estorinha do chapeuzinho vermelho, mas como eu reproduzo uma estória de conteúdo específico de uma área, através do teatro de fantoches? Como posso sair da rotina do quadro e do giz utilizando essa técnica?”, questiona Carloney.
Ricarte Soares, aluno da disciplina e professor do Ensino Fundamental de uma escola pública, relata que a prática dos fantoches “casou” com um dos assuntos que ele lidava por vários anos, o sistema monetário, mas em nenhum momento o livro didático sugeria o ensino deste tema por meio de teatro. “Eu acho que na nossa formação, o fantoche quebra mesmo essa questão do ensino da matemática tradicional. Pra quem está em sala de aula, vê que é uma rotina muitas vezes enfadonha para as crianças”, comenta.
De acordo com Carloney, o diferencial é deixar de lado a matemática como uma disciplina chata e mudar o hábito de ensino de nossos professores, que ensinavam a partir do quadro e do giz. O docente diz que essa é a razão para estimular a experimentação de histórias em quadrinhos, dos jogos de mesa, ou de aplicativos virtuais para o ensino. Neste período outras experimentações ainda ocorrerão, como o uso de paródias e no desenvolvimento de oficinas temáticas. “Eu procuro a cada semestre trazer algo diferenciado. Nesse semestre eu pedi para eles montarem um caça ao tesouro, onde as pistas deveriam estar espalhadas em QR Code”, detalha Carloney.
No decorrer das aulas, ainda serão discutidas possibilidades de uso dos jogos Dragon City, do Jogo do Cascão e Frozen, como possibilidades de ensino da matemática.