Ufal coordena no Estado Pacto Nacional para alfabetização de crianças
Meta nos 102 municípios alagoanos é alfabetizar cerca de 30 mil crianças
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Diana Monteiro – jornalista
Ainda detentor do maior índice de analfabetismo no país, Alagoas é um dos Estados contemplados pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) implantado em 2013 pelo Ministério da Educação (MEC) para garantir a alfabetização de estudantes de até oito de idade, do primeiro ao terceiro anos do ensino fundamental. Constatou-se que nas regiões Norte e Nordeste chega a 35% o percentual de crianças que não sabem ler e nem escrever nessa faixa etária e nesses anos escolares.
Nos dois primeiros anos de execução para a alfabetização das crianças o pacto teve como foco ações voltadas para as áreas de Linguagem e Matemática. Em 2015 vão se agregar ao conteúdo as ciências sociais e naturais, arte, currículo e diversidade de gestão.
A coordenação geral e adjunta do PNAIC no Estado é da professora Abdísia Maria Alves Barros e do professor José Márcio Augusto de Oliveira, do Centro de Educação (Cedu). A Universidade Federal de Alagoas tem como papel fazer a formação continuada dos coordenadores e dos orientadores que são os multiplicadores da formação dos alfabetizadores nos municípios.
O Pacto tem a parceria das 102 prefeituras alagoanas responsáveis pelo transporte, alimentação e hospedagem, quando das ações externas de seus representantes, a exemplo dos encontros quinzenais na capital. Para a alfabetização das 30 mil crianças integram atualmente a equipe do PNAIC em Alagoas 7.528 professores alfabetizadores, 102 coordenadores locais, 300 orientadores, seis supervisores e 20 formadores: 10 para a área de matemática e os demais para a área de linguagem. A equipe recebe bolsa de incentivo do Ministério da Educação.
A coordenadora Abdísia Barros informa que, para o processo de formação continuada realizada com a equipe de orientadores, o programa tem contado também com a parceria da Secretaria Estadual de Educação (SED) e com a direção em Alagoas da Faculdade Pitágoras. “A primeira formação foi no Centro de Educação, no Campus A.C. Simões e coincidiu com o período de férias da Ufal, e para o segundo encontro, recebemos a logística da Faculdade Pitágoras, referente a espaço físico e equipamentos”, frisou.
Será realizado nesta sexta-feira, 17 de abril, um seminário que marcará o encerramento das atividades do pacto 2014. O evento terá como local o Maceió Atlantics Suítes (antigo Melliá) e contará com a participação de orientadores de estudo e coordenadores. Constam da programação, exposições e relatos de experiências dentre outras atividades.
Desafios
O Programa na Ufal está atrelado ao Comitê de Formação Continuada, sob a coordenação da vice-reitora Rachel Rocha e Martha Moura, vice-diretora do Centro de Educação (Cedu). O Comitê acompanha todas as ações e todos os eventos e é dotado de cinco eixos: Gestão; Material Didático; Avaliação; Monitoramento; e Planejamento. O material didático para execução das atividades, a exemplo de livros paradidáticos e jogos, assim como o material para toda equipe envolvida, é disponibilizado pelo Ministério da Educação.
No primeiro ano (2013-2014) o pacto esteve sob a coordenação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também responsável, além do Estado de origem, pelas ações de Sergipe e Paraíba. Recentemente representantes da instituição pernambucana fizeram a entrega de certificados à equipe alagoana referentes ao primeiro ano do pacto. A solenidade, no auditório Nabuco Lopes, na Reitoria da Ufal, ocorreu durante reunião da coordenação local com representantes dos municípios.
A professora Abdísia Barros destaca a positividade do Pacto para a preocupante área em Alagoas e informa o saldo positivo das ações no primeiro ano em alguns municípios e cita como exemplo, a capital Maceió, Arapiraca, Penedo, Messias e Rio Largo. Mas, aproveita para falar dos desafios:
“São muitos os desafios enfrentados e um deles trata sobre a alternância do poder registrada em cerca de 10% dos municípios, que desacelerou inicialmente o ritmo das atividades”, enfatiza. Para as ações Pacto em 2015, além dos coordenadores locais o objetivo é envolver os secretários de educação dos 102 municípios alagoanos.
Princípios
Ao longo do desenvolvimento do trabalho pedagógico com foco na alfabetização de crianças até os oito anos de idade, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é dotado de quatro princípios centrais.
O primeiro princípio enfoca que o sistema de escrita alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e problematizador. Pelo pacto, o desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no início da educação básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias.
Conforme os princípios, os conhecimentos oriundos das diferentes áreas podem e devem ser apropriados pelas crianças, de modo que elas possam ouvir, falar, ler, escrever sobre temas diversos e agir na sociedade. A ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas no processo de ensino e de aprendizagem também são fundamentais em todo o desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Veja em anexo o convite para o evento dessa sexta-feira, 17 de abril.