Ufal tem primeiro monitor surdo e apresenta Programa Piloto de Tutoria para 2015

Novidades foram reveladas em encontro realizado na última quarta-feira


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À esquerda, Everton Douglas, primeiro monitor surdo da Ufal; no meio, coordenador do curso Letras-Libras, Jair Barbosa; à direita, aluna e monitora Kety Luce
À esquerda, Everton Douglas, primeiro monitor surdo da Ufal; no meio, coordenador do curso Letras-Libras, Jair Barbosa; à direita, aluna e monitora Kety Luce

Pedro Barros – estudante de Jornalismo

A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizou na última quarta-feira (15) uma reunião com coordenadores de monitoria, professores-orientadores e os alunos selecionados para monitoria e tutoria. O encontro teve como objetivo esclarecer o funcionamento da Monitoria e do Programa Piloto de Tutoria, nova modalidade de apoio ao estudante.

Este ano, a Ufal tem seu primeiro monitor surdo. Ele vai auxiliar na disciplina de Fundamentos de Libras, no curso de Letras-Libras, inaugurado em agosto do ano passado. Para a vice-reitora, Rachel Rocha, abrir espaço para esse público é uma obrigação da Universidade. “Demos o primeiro passo, um passo curto, mas que demonstra a vontade da instituição de abraçar esse público. Já temos professores surdos e os estudantes poderão colaborar bastante”, expressou.

E colaborar é justamente o que Everton quer. Na Língua Brasileira de Sinais, mediante o profissional tradutor intérprete de Libras-Português o monitor Ewerton deu seu recado. “Quero contribuir com o ensino de Libras na Universidade, a maioria das pessoas não a conhece bem. Ela não é uma língua simplória, só utilizada para expressões básicas, há algo profundo atrelado a ela. Por meio dela, podemos expressar coisas tão complexas quanto na língua falada. É isso o que desejo ajudar as pessoas a entender”, disse ele.

Tutoria

Outra novidade em 2015 é o Programa de Tutoria. Em fase experimental, a proposta é que os tutores auxiliem estudantes do primeiro e segundo períodos da graduação com dificuldades em conhecimentos básicos necessários às disciplinas introdutórias de seus cursos e também aqueles reprovados nas disciplinas básicas no decorrer da graduação.

O edital informa que essa ação visa diminuir os índices de reprovação e evasão, além de contribuir para a qualidade da formação acadêmica. “É uma aposta alta, temos muita expectativa com esse programa. Os bons cursos do País já trabalham nesse formato, de um acompanhamento mais de perto, onde um aluno mais experiente indica materiais didáticos, sites de busca, distribui tarefas, problemas, desafios e propõe elaboração de projetos”, explicou Amauri Barros.

Segundo o pró-reitor, o objetivo do apoio é ajudar o estudante a desenvolver suas habilidades, a ponto de se tornar o protagonista de seu próprio processo de ensino-aprendizagem. “Não é o aluno ficar sentado de um lado e o professor ensinando do outro. Isso está em desuso. O ideal é que lhe ajudemos a ser capaz de aprender a aprender. A tutoria tem um papel fundamental nisso”, avaliou.

Esclarecimentos

Quem esteve presente na reunião pôde ouvir uma palestra sobre o que são os programas e quais são as atribuições de cada participante: monitor, tutor, professor-orientador, coordenador de monitoria e também dos gestores da Prograd. Já a responsável pelos esclarecimentos foi a coordenadora de processos da Pró-reitoria, Cristina de Castro, que também tirou dúvidas dos alunos e professores.

Participaram da mesa de abertura a vice-reitora, Rachel Rocha; o pró-reitor de Graduação, Amauri Barros; o coordenador de Desenvolvimento Pedagógico, Felipe Sarmento; o professor Jorge de Brito, representando os coordenadores de monitoria e o estudante de Letras-Libras, Everton Douglas, representando os estudantes.

Ao final do encontro, houve um sorteio de livros doados pela Editora da Ufal (Edufal).