1º Cipar reúne centenas de acadêmicos e profissionais das licenciaturas
Evento acontece na sede do Campus Arapiraca da Ufal até sexta-feira, 22
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Jhonathan Pino – enviado especial
Arapiraca - Cláudia dos Santos, Maria Renata dos Santos, Suely Ferreira e Valmira Oliveira são quatro das 782 pessoas que estão participando do 1º Congresso de Inovação Pedagógica em Arapiraca (Cipar), realizado esta semana. A exemplo delas, que são estudantes da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), formandos e profissionais de diversas licenciaturas saíram de seis estados, ou cerca de 90 cidades, para participar do primeiro evento desse porte, organizado pelo Campus Arapiraca, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Além da Uneal, que liberou todos os seus alunos por uma semana para participar do congresso, diversos campi do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além de instituições públicas e particulares de ensino do Acre, Amapá, Sergipe, Bahia e Pernambuco enviaram seus professores e alunos para colaborar com o 1º Cipar. Eles foram estimulados pela divulgação e projeção acadêmica do Campus Arapiraca.
Maria Renata, por exemplo, ainda está no primeiro ano de graduação de Pedagogia, mas disse que toda sua turma da Uneal está participando das atividades. “Os conhecimentos que serão passados servirão para adquirirmos experiências, pois um dia teremos que participar de eventos como esses”, relatou.
Para o coordenador-geral do Cipar, Ivanderson Pereira, a temática do evento, Perspectivas atuais dos Profissional da Educação: Desafios e Possibilidades, foi elaborada para que os acadêmicos pudessem conhecer propostas inovadoras na educação. O docente relata que é necessário identificar as práticas profissionais a serem desenvolvidas para mudar a realidade imposta na região.
“O título do evento já revela o nosso desejo. Nós vivemos num Estado que tem os piores indicadores de educação do Brasil. Então o que precisamos aqui é inovar, porque da forma como a gente vem conduzindo a nossa prática pedagógica, a gestão escolar, da forma como a gente conhece e percebe a educação, não tem sido eficaz, então a gente precisa realmente desenvolver estratégias didático-metodológicas e práticas dentro da escola e da universidade que possam contribuir para a melhoria da qualidade da educação”, comentou Ivanderson.
Atuação dos conselhos escolares e experiências de estágios em debate
A professora Lívia Couto, do Campus Arapiraca, relatou que muitas dessas práticas, ditas inovadoras, ainda são respostas à legislação vigente há mais de duas décadas, como a política de democratização das escolas, já prenunciado pela Constituição de 1988, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Além de Lívia, as professoras Cristina Bezerra, da Uneal, e Betânia Gomes também debateram as experiências dos fóruns com os conselhos escolares da região.
A conversa entre as três fez parte da mesa-redonda Reflexões sobre a gestão democrática: a experiência do Fórum Regional de Conselhos Escolares no agreste alagoano, que trouxe um panorama de apenas cinco cidades alagoanas, dos 102 municípios existentes, com normas instituídas para a criação de conselhos escolares.
A professora Betânia Gomes chamou a atenção de gestores e profissionais da educação para a necessidade de atuação nesses conselhos. “A participação nesses coletivos significa um ato político, que dá conta de todos os elementos do cotidiano. A partir desses conselhos foi percebido que os pais estavam inquietos e que muitas coisas passam despercebidas nas escolas. As reuniões são locais de exposição dessas tensões”, salientou.
Outro evento que acontece durante a semana é o 7º Seminário de Estágio, que ao longo desta quinta-feira, 21, reúne membros de escolas de ensino básico, elementar e fundamental para conhecer propostas criativas de ensino e aprendizagem. “Ele é resultado do esforço coletivo do núcleo pedagógico que vem realizando esse seminário, chamando as escolas que recebem nossos alunos todo semestre para realizar os estágios para que eles possam ver o que tem se discutido em termos de formação de professores. Esses resultados são mostrados para as escolas como forma de retribuir o apoio que as escolas nos dão, ao receber nossos alunos”, explicou Ivanderson.
Betânia Gomes ainda falou sobre a importância do Cipar ao reunir essas discussões. “Esse evento veio para confirmar que somos pensadores das licenciaturas e temos grande importância. Podemos não estar pesquisando de tecnologias de ponta na Alemanha, mas estamos promovendo as mudanças para o Agreste alagoano”, disse.