Intolerância religiosa foi abordada no Caiite 2015
Atividade fez parte da Semana de Cultura Africana
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Rosiane Martins – estudante de Jornalismo
Na tarde da última quinta-feira (18), aconteceu no Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia (Caiite 2015) uma conferência com o tema Intolerância Religiosa no Continente Africano, a atividade fez parte da Semana de Cultura Africana ,que está sendo realizada durante o congresso. O evento foi promovido por João Paulo Pinto, Isidro Metódio e Sónia André, estudantes africanos que estudam na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
O debate proposto teve como intuito discutir a crescente intolerância religiosa em diferentes setores e escalas, discutindo a relação de respeito e tolerância com toda e qualquer crença. Neste sentido, a discussão problematizou e tentou compreender a religiosidade como um ponto de vista e uma escolha de determinado grupo, com destaque para as religiões africanas.
Durante o evento, Sônia André ressaltou a literatura africana, ressaltando o escritor moçambicano João José Craveirinha e recitou um de seus grandes poemas o Quero ser Tambor. João Paulo abordou a perseguição de alguns rituais africanos que existe há muitos anos e que perdura até hoje em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, na época em que as religiões africanas chegaram ao país através dos negros que eram tidos como escravos, alguns rituais chegavam a ser considerados criminosos.
João lembrou também da relação que há entre o Brasil e o continente africano, em especial com a literatura, principalmente entre os países que falam português. Segundo ele, a relação dos africanos com o país é de sangue e dor, mas há muito mais envolvido, existe ligação com a religião, música e nossa miscigenação. Uma herança e ligação que não pode ser esquecida, mas defendida e ressaltada pela tolerância e respeito.
Ainda sobre religiosidade, Sônia destacou: “Eu falo que, para nós africanos, nossa religiosidade é fundada na ancestralidade. Acredito na minha árvore genealógica, nas pessoas que me conhecem. Quem me protege é meu avô, meus irmãos, essa é a referência que faço. Cada grupo tem uma forma de se conectar, é importante cada um respeitar o ponto de vista do outro”, destaca.