Organização Curricular é tema de evento no Caiite 2015

Deriky Pereira – estudante de Jornalismo

A palestra intitulada Organização Curricular e o Ensino de Geografia marcou a solenidade de abertura da 3ª edição do Seminário Ensinar Geografia na Contemporaneidade, promovido pelo Laboratório de Educação Geográfica de Alagoas (Legal) do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) na noite da última terça-feira (16).

O palestrante, Antônio Carlos Pinheiro, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), destacou diversos pontos em palestra informativa e bem-humorada. Logo no início, ao falar sobre o saber, ressaltou que este não é algo acadêmico, mas algo que alguém domine. “Exercer a profissão de docente, professor, é uma prática social, uma construção do sujeito”, explicou Antônio.

Ele apresentou pontos de relevância para a construção da boa organização curricular. “O curriculum deve ter crenças, visão de mundo e educação, aspectos políticos e ideológicos, além de considerar um planejamento, experiências de alunos, identidades e o papel das disciplinas para a formação dos estudantes para promover relação local-global com a sociedade, visto que a Geografia passeia por tudo isso”, salientou o paraibano.

Esta é a terceira edição do evento, que teve outras realizadas no Campus A.C. Simões, em Maceió, nos anos de 2011 e 2013, coordenados pela professora Francineila Pinheiro. Em rápida entrevista, ela nos falou sobre a importância de trazer esta edição para o Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia (Caiite 2015): ampliar os conhecimentos dos participantes, além de aumentar o alcance do evento, visto que o evento promove a integração de conhecimento.

“Estamos discutindo a formação docente e um ensino de Geografia mais comprometido e significativo do entendimento e construção do conhecimento geográfico. Aqui no Caiite a gente reúne diversos públicos, cursos e instituições, ou seja, agrega mais e traz maior visibilidade nas discussões. Com isso, temos maior diálogo e atingimos nosso objetivo, de discutir e propor alternativas para construção do ensino da disciplina”, explicou a professora.

Ela disse ainda que a intenção é mostrar que a Geografia não é uma área mnemônica. “Acho que temos essa responsabilidade, trazer para os alunos que estão se formando uma nova realidade, para que eles façam diferente. Sou professora de estágio e quando vou às escolas falar dos meus estagiários vejo grande expectativa das escolas em receber alunos da Ufal. Daí, o título do evento: ensinar Geografia na Contemporaneidade, ou seja, ela está presente em nosso dia a dia e queremos, aqui, disseminar isso e estamos batalhando para melhorar cada vez mais nesse aspecto”, disse Francineila.

A fala da docente foi reforçada pelo aluno Eliandro Lira, do 7º semestre de licenciatura em Geografia pela Ufal. Ele disse esperar que o seminário possa continuar a ajudá-lo a construir sua formação, mesmo já exercendo a docência nas redes públicas e privadas. “Ele vai me renovar tanto como professor atuante como ainda sendo estudante e pesquisador da área, inclusive do curriculum de Geografia, que é minha área específica”, disse.

Ele destacou ainda a variada programação do evento. Mesmo com a duração de apenas dois dias, possui oficinas e minicursos com temas variados, tais como o ensino de Geografia e múltiplas linguagens; recursos didáticos no ensino de Geografia, além da leitura cartográfica no ensino da disciplina e sobre Geociências, as práticas e desafios. “Isso dá a proposta de os participantes em refletir como funciona o ensino na contemporaneidade. Além de valorizar o uso de recursos para facilitar o repasse dos conteúdos. Eventos como esse contribuem para melhoria da nossa formação”, conclui Eliandro.

O 3º Seminário Ensinar Geografia na Contemporaneidade segue até esta quarta-feira, 17, na Sala Pitanga do Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá. Na mesa de abertura, o diretor do curso de Geografia, José Vicente Ferreira, destacou o trabalho de Francineila Pinheiro. “Ela não mede esforços para alcançar seus objetivos e crescer ainda mais, elevando o nome do nosso Igdema, da nossa Geografia e, também, da nossa Universidade.”

A professora Silvana Quintella se disse feliz com a realização do evento no Caiite 2015 por ser um caminho de pensar o ensino da Geografia, trazendo reflexão não apenas na graduação, mas na pós-graduação. “Temos um salto de qualidade aqui, na licenciatura, com a reflexão de múltiplas tecnologias para o ensino da disciplina. Presenciar a terceira edição do evento é uma alegria para mim”, disse ela.