Por que eu fui ao Caiite?
Quem vai? Por que vai? Participantes comentam suas experiências no evento
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Jhonathan Pino - jornalista
Se alguém te perguntar por que ir ao Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia (Caiite), difícil será escolher apenas uma opção. Conversamos com estudantes, monitores e congressistas que nos falaram o que vivenciaram por lá. As razões foram muitas: relaxar, adquirir conhecimento ou mesmo pôr as amizades em dia. Veja abaixo por que você não deveria deixar de ir ao próximo evento.
Foi na Tenda Damião Alexandrino que encontramos Judson Roosevelt e Sherida Amorim. Enquanto ela passava por um alinhamento de suas vértebras, com as técnicas de HiepThaishi, um tipo de Quiropraquicia, Judson nos falava que estava aproveitando o momento para relaxar de suas atividades, na tenda do Centro Universitário Tiradentes (Unit). “Eu estava passando, daí me chamou a atenção as pessoas estarem relaxando e meditando por aqui”, disse o graduando.
Os outros integrantes da Unit, todos alunos da graduação em Administração, estavam postados no estande, compartilhando o êxito que obtiveram com um Projeto de Práticas Integradas. “Nós estamos apresentando como elaborar um plano de negócio e abrir uma empresa. Colocamos isso em prática com uma lanchonete que já existe no Unit”, disse Emilly Ferreira, um dos seis membros cujo projeto foi premiado em um congresso do Unit, em Aracaju, e por isso foi selecionado para representar a instituição no Caiite.
Práticas integrativas
Além de participar da organização da Tenda Damião Alexandrino em todos os Caiites anteriores, Daiane Ros aproveitou a oportunidade para trazer seus artesanatos e mudas de diferentes espécimes, para vender durante o congresso. Ela é aluna de Pedagogia da Ufal e integrante da Sala Antônio Piranema desde 2010, espaço localizado no prédio do antigo Csau, do Campus A.C.Simões, que oferta gratuitamente práticas de massoterapia, reflexologia, reiki, meditação, Florais de Lis, dança cigana, dança do ventre, Thai Yoga e Hiep Thai manipulativa.
Para a tenda, foram levadas discussões relacionadas à saúde e à arte popular, como práticas integrativas. “No âmbito nacional existe a Tenda Paulo Freire, que tem esse mesmo formato, a gente também faz parte do Movimento Popular de Saúde, também criado por Paulo Freire. Na hora de trazer para aqui, a gente teve a ideia de fazer uma tenda que fizesse alusão a alguém da terra, no caso do raizeiro Damião Alexandrino”, explicou Daiane.
Ela disse que a intenção da atividade no Caiite é tornar mais populares aquelas práticas: “A nossa luta é para que você não precise ir para um spa para pagar caríssimo para fazer massagens nos pés, quando a gente sabe que essas práticas são eficazes e nem todo mundo tem acesso”, acrescentou.
A Tenda recebeu colaboradores de outros municípios, inclusive de outros estados. “Veio uma senhorinha da Paraíba, do assentamento do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], que produz medicamentos fitoterápicos. Veio uma representante de Sergipe, para colaborar com as discussões sobre a Política Nacional do Movimento Popular, que foi aprovada, mas não implementada”, detalhou Daiana.
Visitantes de todos os cantos
De Arapiraca veio o Colégio Multivisão, mas a intenção dos 90 alunos do Ensino Médio que estavam no Caiite era entender na prática aquilo que aprenderam dentro de sala de aula. “Eles precisavam ter o conhecimento mais amplo e aqui com as aulas-shows há coisas que chamam atenção. Eles passaram pela Física, onde aprenderam como funciona as hidrelétricas; pelo planetário, onde vimos como são as estrelas e os planetas; pela aula-show de Química, com reações e catalisações e finalizaram o dia com a Biologia”, disse Alice Barbosa, professora dos alunos visitantes.
Ao lado deles, na orientação das escolas em visita ao Caiite, estava Luis Pinto, que participa das organizações de congressos acadêmicos da Ufal desde 2010. “Nos dois primeiros anos foram os mais cansativos, pois eu trabalhei com a secretaria e tinha que chegar cedo e ficar o dia todo. Já trabalhar com as escolas é mais tranquilo porque a gente só as leva para os shows que são apresentados”, relatou o estudante, que nesse Caiite já acompanhou cerca de 50 escolas.
Para Rogério Vaz, aluno de graduação em Química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi uma grande surpresa ver tanta gente de vários cursos no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso. Quando ele decidiu vir à Maceió, para o 6º Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), não esperava encontrar essa variedade de eventos em um só lugar.
“Eu nunca tinha visto e ido para um evento assim. No evento nacional ele era exclusivo para a Sociedade Brasileira de Química. Achei interessante porque tem uma dinâmica muito grande. Você tem outras coisas lá em baixo e com outro tipo de público, que parecem muito interessantes”, relatou o estudante de iniciação científica, que expôs seu trabalho na área de hidrogênios utilizados em meios biológicos e para o tratamento de enfermidades.
Perto de Rogério estava uma aluna peruana, no entanto, da Pós-graduação em Química da Ufal. Apesar de não apresentar nenhum trabalho naquele momento, Katherine Lozano estava impressionada com as pesquisas apresentadas. “A variedade de trabalhos é muita, então a gente tem que se focar em uma área. Em meu caso, eu investigo mais na área da eletroquímica de fármacos candidatos para câncer e estou me preparado para qualificá-lo na próxima semana”, finalizou Katherine, quando outros amigos dela chegavam para dar-lhe um abraço, ou mesmo bater um papo enquanto ela dava entrevista ao repórter, que também aproveitou o evento para pôr as conversas em dia.