Professores discutem projetos de paisagismo no Campus A.C. Simões

Bosque em Defesa da Vida também esteve em pauta da discussão no Caiite 2015


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Para a professora Regina Coeli, as ações já desenvolvidas envolvem alunos e professores de diversas áreas da Ufal
Para a professora Regina Coeli, as ações já desenvolvidas envolvem alunos e professores de diversas áreas da Ufal

Deriky Pereira – estudante de Jornalismo

Professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) participaram, na tarde desta sexta-feira, 19, de uma mesa-redonda que discute projetos de Paisagismo para o Campus A.C. Simões, em Maceió, além do Bosque em Defesa da Vida. O objetivo da discussão foi promover envolvimento das comunidades circunvizinhas, acadêmicas e da sociedade em geral em questões que dizem respeito à vida em coletividade nos espaços do campus universitário.

Para a professora Regina Coeli, as ações já desenvolvidas envolvem alunos e professores de diversas áreas da Ufal e contam com apoio da Superintendência de Infraestrutura (Sinfra), além do incentivo da gestão, por meio do estímulo dado pela vice-reitora, Rachel Rocha, a quem Coeli agradece pelo espaço disponibilizado pelo Caiite 2015 para realização da mesa-redonda. “Esse é um momento ímpar. Trazer essa discussão para um evento já bem instalado como esse que é o Caiite, com um ótimo convívio entre os universitários e toda a sociedade alagoana, vale muito a pena. Estou emocionada em participar e agradeço a todos os presentes”, disse Regina.

Bianor Monteiro, professor já aposentado, apresentou a possibilidade de criação de novo Plano Diretor para o Campus A.C. Simões, em Maceió, elaborado pelo Núcleo Técnico de Arquitetura e Urbanismo. A intenção é pensar na preservação e recuperação do ambiente natural, garantia do direito ao saneamento ambiental, infraestrutura e transporte além da participação da comunidade universitária nas discussões.

Além disso, o compromisso da Ufal com a situação ambiental foi um dos nortes motivadores para o projeto. “Entendemos que a Universidade tem por obrigação se preocupar com a questão ambiental e mostrar projetos para trabalhar nessa área. Por isso, o campus passaria a se organizar pelo fluxo de pessoas com vias arborizadas e, a partir da entrada, a implantação de uma ciclovia para o trânsito dos ciclistas sem conflito com automóveis”, disse.

Bianor também apresentou a proposta de criação de bosques pelo Campus A.C. Simões, além de valorização do espaço localizado entre o Bosque em Defesa da Vida e o Restaurante Universitário (RU). Segundo ele, aquela é uma das regiões de passagem da água e a ideia seria que com a criação de espaço de circulação naquele local, a água da chuva pudesse escoar sem causar transtornos para que, depois das chuvas, o local estivesse disponível para uso da comunidade universitária.

Leia mais sobre iniciativas de integração da Ufal com o meio ambiente por meio do link.

Bosque em Defesa da Vida

A professora Ruth Vasconcelos também falou sobre ações relacionadas ao Bosque em Defesa da Vida. Recentemente, a Ufal promoveu o 15º Ato Ufal em Defesa da Vida em que tratou da violência no trânsito. O tema foi abordado com estatísticas, orientações e informações importantes, mas, principalmente, com depoimentos de sobreviventes e familiares de vítimas da tragédia diária. “Para mim é sempre um ato emocionante. E ouvir aqui que o Bosque é considerado o coração da Universidade me emociona ainda mais. É um espaço construído com muito carinho e amor, para ser bem cuidado por todos nós”, salientou.

Ruth também relatou diversas histórias emocionantes desde a criação do Bosque em Defesa da Vida. Uma delas foi o dia em que estava passando pela avenida principal do Campus A.C. Simões e presenciou três pessoas reunidas em frente a uma das árvores. “Desci do carro e me aproximei; era uma mãe, uma nora e seu filho. Elas me disseram que estavam cantando parabéns para a vítima, pois aquele era o dia de seu aniversário e estavam trazendo a criança para acostumá-la a visitar seu pai daqui em diante”, relatou.

O trabalho dos reeducandos responsáveis pela capinagem do Bosque também foram citados por Ruth Vasconcelos. “Certo dia, em uma das visitas ao local, me deparei com desenhos de estrelas ao redor das árvores e fiquei me indagando o que eles estavam imaginando ao fazer essa arte, que também foi, pra mim, uma forma de homenagem. Achei incrível”, salientou a professora.

Ela disse ainda desejar que um dia o espaço esteja mais organizado, inclusive com bancos e espaços para as famílias se sentarem quando da visita aos seus entes ali representados simbolicamente pelas árvores. Citou, também, a felicidade em ver a disposição dos estudantes de Arquitetura e Urbanismo que elaboraram projetos de revitalização para o local. Para Ruth, o Bosque é uma iniciativa que sela o laço definitivo da Ufal com a sociedade. “Com essa iniciativa, estamos fazendo ciência com afeto, dando retorno no campo humanitário. Tenho envolvimento emocional imenso com esse Bosque”, concluiu Ruth.

Vice-reitora da Ufal, Rachel Rocha também compareceu ao evento e falou sobre o Bosque e de como é importante repensar a Universidade de maneira mais verde e mais agradável. “É preciso que a gente tenha ambientes no nosso campus e essas intervenções são extremamente importantes para termos espaços agradáveis e que nos deem vontade de ficar na Ufal, não que tenhamos vontade de ir embora rapidamente”, salientou.

Rachel defende a realização de intervenções nos fundos do Campus A.C. Simões antes que se comece a construir obras ali de forma desordenada. “Todo mundo quer uma Ufal diferente, mais verde e acho que a gente deveria realizar isso no campus. Aquela parte ali faz parte da nossa Ufal. Um plantio, um planejamento dessa natureza, são coisas importantes e eu acho que quem deve se adaptar são as construções e não as plantações”, disse a vice-reitora.