Sustentabilidade em Maceió é tema de discussão no Caiite 2015
Professores da Ufal também trouxeram para discussão a questão da mobilidade urbana e transformações sofridas pela cidade
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Rosiane Martins – estudante de Jornalismo
Na tarde da última quarta-feira (17), foi realizada uma mesa-redonda com o tema Maceió: como transformá-la em uma cidade sustentável. O evento teve a participação de Vinicius Furtado Maia Nobre, José Vicente Ferreira e Rosane Cunha Maia Nobre, todos professores e pesquisadores do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio ambiente (Igdema), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A discussão teve como objetivo abordar o desenvolvimento histórico de Maceió, a construção da cidade, a mobilidade urbana e apresentar possíveis soluções para tornar a capital alagoana moderna e sustentável, atraente aos turistas e motivo de orgulho para seus habitantes. Durante sua fala, Vicente Ferreira relatou o surgimento de Maceió, expondo fotos antigas dos principais bairros da cidade, mostrando seus monumentos e o desenvolvimento ocorrido nas últimas décadas. Na ocasião, Vicente proporcionou à plateia um “passeio” histórico pelo município, contando fatos e mostrando imagens históricas de bairros como Jaraguá, Bebedouro e Centro.
Já Vinícius Furtado destacou que é preciso entender os processos de degradação ambiental. Segundo ele, a situação é grave, pois o Estado é conhecido como paraíso das águas e o problema de poluição é muito sério. Durante a explanação, também deu exemplo de outras capitais que estão trabalhando para tornar-se sustentável, como a cidade de Londrina, no Paraná, que preserva os fundos dos vales e o plantio de mata, ao invés de canalizar e aumentar seus riachos. Em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, o condomínio Pedra Branca, de alto padrão, trata seu esgoto e recicla seu lixo. Para ele, Maceió será uma cidade sustentável quando adotar e implementar políticas públicas sustentáveis e repensar a ocupação urbana.
Sustentabilidade na capital alagoana é uma questão que implica em pensar a capital alagoana com um espaço em transformação, além de identificar os problemas existentes que estão causando a degradação ambiental. Rosane Nobre discutiu sobre os recursos hídricos, meio ambiente e saúde coletiva em Maceió. Para ela, contaminação, recursos hídricos e saúde estão associados. “Claro que a falta de saneamento está diretamente ligada a alguns tipos de doenças. Já sabemos, por exemplo, que é de 40% a 50% as chances de uma mulher obter câncer de mama, devido a fatores ambientais, como a introdução de certos organismos de estrogênio, gasolina etc; são os chamados derruptores endócrinos que podem ser encontrados em dioxinas, produção de cloro e agrotóxicos”, destacou.