Ufal leva para o Caiite 2º Encontro de Psicologia Escolar e Educacional em Alagoas

Foram várias oficinas com temas como prevenção ao uso de drogas na escola e medicalização da aprendizagem


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Professor Cristóvão Garcia falou sobre prevenção e uso de drogas na escola
Professor Cristóvão Garcia falou sobre prevenção e uso de drogas na escola

David Cardoso – estudante de Jornalismo

O segundo Encontro de Psicologia Escolar e Educacional em Alagoas movimentou no Caiite. O evento foi organizado com intuito de ampliar o conhecimento dessa área, desenvolver um espaço de diálogo e capacitar professores e estudantes de psicologia, dando enfoque às novas formas de atuação dos psicólogos escolares e educacionais.

As oficinas trataram de diferentes temas e foram divididas entre quatro salas: Sala Restinga – Prevenção ao Uso de Drogas na Escola, com o professor Cristóvão Garcia; Sala Mutange – Novos Modos de Atuação do Psicólogo: A Análise da Instituição Escolar, com os professores Henrique Bezerra e Leilane Ferreira; Sala Mirantes – A Medicalização da Aprendizagem, com o professor Raner Póvoa; Sala Carapeba – A Articulação Necessária entre os Conceitos de Identidade e Comportamento Interpessoal no Contexto das Relações Sociais Infantis, com a professora Sheyla Fernandes.

Na Sala Restinga, o professor Cristóvão fez um paralelo entre diversos assuntos que se ligam ao tema, e aproveitou para advertir sobre a forma como os pais lidam com os adolescentes. “Os pais precisam ter uma postura voltada ao cuidado e ao alerta, e não simplesmente proibir, pois isso pode surtir um efeito reverso. Essa é a fase mais vulnerável, onde os adolescentes estão construindo a sua identidade e muitas vezes acabam agindo contra o modelo de comportamento da família. Devido a essa transição, eles vivem uma crise do ponto de vista orgânico”, explicou.

O professor ainda destacou o papel dos educadores no processo de conscientização sobre as drogas. “Há posturas que podem ser tomadas. Antes de dar informação, o professor deve saber do aluno qual o interesse de compreensão do assunto para que não gere a curiosidade. Saber o que o motiva a conhecer tais substâncias e a partir disso construir um conhecimento significativo”, salientou.

Na Sala Mutange aconteceu uma simulação de uma situação educacional, onde os participantes precisaram criar uma escola fictícia e avaliar a partir de todas as dimensões trabalhadas em sala como deviam tratar o processo educacional e como encaixá-los na escola. O professor Henrique Bezerra comentou o principal objetivo da oficina: “Propor uma atuação do psicólogo que seja voltada, não para o indivíduo, mas para a atividade educacional. A psicologia entrou na escola vinculada a práticas direcionadas ao aluno. Mas, a partir da Década de 90 apareceu uma nova proposta, a de atuação para o processo educacional”.

Já a professora Leilane Ferreira falou sobre a atuação dos profissionais no estado e sua importância. “Aqui em Alagoas não temos esse espaço para o psicólogo escolar educacional. Nós acreditamos que esse profissional pode contribuir para o processo de aprendizagem e lidar com a relação professor - aluno e outras questões que nesse momento as escolas não estão lidando por não terem profissionais específicos para isso. A gente espera que esse evento venha também ampliar o olhar para o espaço do psicólogo nas instituições escolares”, concluiu.