Ufal traz debate sobre Segurança Pública no Estado para Caiite 2015
Debate integrou o encontro do Núcleo de Estudos sobre Violência em Alagoas
- Atualizado em
Diana Monteiro - jornalista
A palestra O Quebra-cabeça da Segurança Pública em Alagoas integrou a programação do 4º Encontro de Estudos sobre Violência, organizado pelo Nevial (Núcleo de estudos sobre a Violência em Alagoas), da Universidade Federal de Alagoas. Durante três dias, o Encontro trouxe para o Caiite pesquisadores locais e nacionais, a exemplo de José Luiz Ratton, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Michel Misse, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na oportunidade, Ruth Vasconcelos destacou a complexidade das relações sociais que contribuem para a produção de violência e enfatizou que o processo para socialização pressupõe a instituição de limites e renúncias pulsionais, e que as dinâmicas sociais e juvenis marcadas pela violência expressam falhas na internalização das leis subjetivas, e dos valores e princípios civilizacionais.
“A segurança pública não é uma questão de polícia. A sociedade é constituída de relações de afeto, como ódio, ambição, egoísmo, vaidade, onde existem muitos processos de competição e disputas que, quando não mediados pelos valores humanitários, podem desaguar em conflitos e violências. Os sentimentos de superioridade, arrogância, prepotência têm mobilizado muitos sujeitos que perderam as referências coletivas e vivem, cada vez mais, processos individualistas e egocêntricos. No contexto social, em cada cena de violência há alguém que puxa o gatilho, que usa uma arma branca”, frisou Ruth, reforçando a importância e a urgência de um outro modelo de sociedade, também destacando a desestrutura existente nas instituições policiais.
“É preciso pensar na fragilidade da condição humana. E é sob essa condição humana que precisamos construir uma sociabilidade mais pacificada. A segurança é um processo que envolve toda a sociedade e não apenas a polícia. Já temos muitos dados estatísticos sobre a violência, particularmente sobre os homicídios. É preciso agora entender as dinâmicas criminais, as motivações que definem a produção de tanta violência no Estado", afirmou a socióloga.