Projeto forma recursos humanos na área de desastres naturais

Diana Monteiro - jornalista 

Está em desenvolvimento no Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) o projeto que visa a formação de recursos humanos para atuação na área de desastres naturais, fenômenos, sejam eles ambientais ou meteorológicos, causadores de impactos extremos tanto para o meio ambiente como para a população, a exemplo de secas, chuvas e raios. 

O projeto denominado de Serviços de meteorologia emergenciais aplicados à gestão e redução de desastres apoiados em plataformas espaciais para satélites de nova geração no Brasil, tem a coordenação do professor Humberto Barbosa da Ufal e conta com a parceria da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). 

As ações em andamento estão tendo também como suporte as atividades desenvolvidas pelo projeto Análise e previsão dos fenômenos hidrometeorológicos intensos do Leste do Nordeste Brasileiro que envolve os Programas de Pós -Graduação do curso de Meteorologia da Ufal, das Universidades Federais de Campina Grande, de Pelotas e da Paraíba. Esse projeto foi aprovado pela Chamada Conjunta Capes, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação. 

Sobre a parceria o professor Humberto destaca: “O projeto irá apoiar a formação e capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento de produtos derivados de informações de satélites ambientais e radares meteorológicos”, enfatiza. Colaboram também com as ações na área a Eumetsat, que é uma organização intergovernamental criada por meio de uma convenção internacional formada atualmente por um total de 30 Estados membros europeus e da EumetCast, sistema de baixo custo de difusão de informações por satélite, em tempo quase real. 

Atividade no México 

Como atividade do projeto da Ufal, aprovado pela Capes e CNPq, o pesquisador da equipe do Lapis, Leandro Rodrigo Macedo da Silva, esteve em maio último participando de um treinamento na cidade de Puebla, no México e foi o representante do Brasil no evento. 

O treinamento contou com representantes de cada país da América Latina (25 no total), transcorreu durante 15 e tratou sobre meteorologia e desastres naturais. Na oportunidade os participantes conheceram dados de alta resolução da topografia da América Latina. 

Leandro informa que o estudo dessa primeira etapa do projeto está voltado para desertificação e desastre natural com informações disponibilizadas pelo Laboratório Lapis, uma referência também internacional em pesquisas nas respectivas áreas. “As imagens de satélites são disponibilizadas para todo o Brasil, com dados sobre raios, vegetação, temperatura da superfície, evapotranspiração, dentre outras informações”, diz Leandro”, aluno do Mestrado em Meteorologia da Ufal. 

Sobre os desastres naturais que mais afetam o Estado de Alagoas, ele diz que a maior incidência é na região do semi-árido, destacando-se os municípios de Olha D´Água das Flores, Monteirópolis e Olivença. “A agricultura e a pecuária são atividades econômicas características da região e até pelo desconhecimento que se tem quanto ao manejo do solo, há uma grande degradação ambiental que somada às condições climáticas contribuem para os desastres naturais”, enfatizou Leandro. 

Estudos climáticos 

O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Ufal realiza atividades de pesquisa, assistência tecnológica e treinamento de recursos humanos para a recepção, processamento, interpretação e integração de imagens dos satélites da série Meteosat. 

Atualmente estão em andamento sete pesquisas, sob a coordenação do professor Humberto Barbosa com participação de uma equipe formada por alunos da graduação em Meteorologia, do mestrado na área, proporcionando também, a participação de pesquisadores oriundos de outros países, a exemplo do venezuelano Carlos Vzcátegui, da Universidade Nacional Experimental dos Llanos Ocidentais Ezequiel Zamora. 

Com formação em climatologia e hidrologia ele ficará durante um ano no Lapis realizando a pesquisa sobre sensoriamento remoto e destaca a boa estrutura ofertada e as avançadas pesquisas em sua área, realizadas pelo laboratório da Ufal. 

O boliviano Luís Hernan Acosta desenvolve estudos sobre o bioma da caatinga no laboratório para o mestrado que realiza em Biologia e Conservação dos Trópicos no Instituto de Ciências Biológicas (ICBS), da Ufal. Ele enfatiza que os estudos realizados pelo Lapis são fundamentais para a área de pesquisa que realiza na pós-graduação. 

Aluno da graduação em Meteorologia e integrante da equipe, o angolano Anacleto Marito Diogo participa dos estudos sobre geoprocessamento e sensoriamento remoto e seu objetivo é preparar - se para trabalhar nessa área, em seu país de origem. 

Integram ainda a equipe do Lapis os seguintes alunos da graduação: Anselmo Manoel dos Santos, Edson Matias dos Santos, Luiz Eduardo dos Santos Costa e Vanessa Tatiana dos Santos. 

Mais informações sobre o projeto pelo link.