Ufal antecipa colação de grau de 11 aprovados em mestrado

Alunos de Arapiraca estiveram em maior número em cerimônia no Campus A.C. Simões


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Vice-reitora Rachel Rocha conferindo o grau de Maria Edilene
Vice-reitora Rachel Rocha conferindo o grau de Maria Edilene

Jhonathan Pino - jornalista

Uma colação de grau foi realizada excepcionalmente na Universidade Federal de Alagoas, na quarta-feira (12). A data foi marcada especialmente para este dia porque parte dos 16 formandos acabara de ser aprovada em mestrados e seleções públicas e necessitavam do diploma com urgência.  Além da pressa para a realização do ato formal, parte deles possuía, em comum, o sentimento de continuidade na vida acadêmica.

Seis dos graduandos pertenciam ao curso de Agronomia do Campus Arapiraca e tiveram êxito na seleção de três diferentes programas de pós-graduação. Alex Oliveira e Paulo Henrique Tavares irão cursar Proteção de Plantas. Gilson José Santos, Saimon Santos, José Rogério de Souza e Ricardo Barbosa farão parte do mestrado em Agronomia, todos no Centro de Ciências Agrárias (Ceca) da Ufal.

Alex ressalta que eles tiveram que entrar em caráter de urgência para concluir o processo burocrático para a colação de grau e assim realizar suas matrículas nos cursos de pós. “Encontramos pessoas comprometidas com o serviço público, que mesmo na greve não mediram esforços para ajudar a gente no que foi necessário”, lembrou.

Da mesma turma, Jackeline Terta conseguiu aprovação no Programa de Melhoramento Genético de Plantas, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Ela comentou que o empenho dos professores e técnicos do Campus Arapiraca foi essencial para que eles seguissem em frente no mestrado. “Em geral, o apoio dos professores se manteve de forma mútua, sempre esteve presente”.

Outros três alunos daquele campus também estavam colando grau às pressas. Alberto Morais, José Henrique Lopes e Leandro de Araújo finalizaram o curso de licenciatura em Física, em Arapiraca, para se mudarem para Maceió, onde farão o mestrado em Física, na Ufal.

Assim como Leandro, que pôde fazer todo o curso com auxílio de bolsas, Neudes Ferreira confirma que esses benefícios da Universidade favorecem a continuidade nos estudos. Na graduação, Neudes enfrentava diariamente a estrada entre São Sebastião e Arapiraca para estudar, mas agora a necessidade de passar mais tempo nos laboratórios do Instituto de Física (IF) irá alterar seu cotidiano, com a mudança para Maceió.

O recém-formado também ressalta que dificilmente conseguiria iniciar os estudos se não houvesse o curso no interior. “Eu tenho dois irmãos que fizeram vestibular para Maceió, mas não tiveram condições de ficar aqui. Se você vem de uma família do meio rural, é muito difícil vir, cursar e ter um diploma desses”, frisou Neudes.

Maria Edilene da Silva já trabalhava em Teotônio Vilela e também ressaltou que provavelmente não conseguiria conciliar o trabalho com os estudos na capital. Após se formar em Enfermagem, no Campus Arapiraca, ela disse que irá alterar completamente sua área de atuação.

Antes agente comunitária do Programa de Saúde da Família (PSF), agora ela atuará como enfermeira na sua cidade natal, Teotônio Vilela, onde foi aprovada para uma seleção pública do município. “A saúde eu já conheço um pouquinho, porque eu já trabalhei, mas agora é um outro momento, são outras atribuições em que eu estarei atuando”, comentou.

A cerimônia foi conduzida pela vice-reitora Rachel Rocha, que saudou os pais presentes e falou do papel decisivo que eles mantêm na realização do sonho de seus filhos. “A gente sabe que é um esforço muito grande para concluir essa etapa. Queremos parabenizar não só os alunos, mas os pais e familiares em geral aqui presente, porque a gente sabe que isso é uma vitória construída com a família, que sem ela, essa jornada pode se tornar muito árdua”, completou.

Rachel Rocha também chamou atenção para a necessidade de corresponder à altura dos investimentos feitos sobre as suas formações. “Eu desejo a vocês um futuro muito promissor, que tenham muita clareza do que é a universidade pública, do que significou esse investimento na vida de vocês, que tenham sensibilidade na hora de atuarem profissionalmente, que tenham a clara noção de que a gente tem uma obrigação ainda maior do que aqueles que têm o ensino privado, porque a gente se formou com o esforço do povo brasileiro”, ressaltou a vice-reitora.