Falta de recursos leva HU a suspender cirurgias e internamentos
Hospital registra crise de abastecimento de medicamentos e insumos gerada pela falta de repasse de recursos
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Ascom HU
Em função da crise de desabastecimento de medicamentos, insumos e material médico-cirúrgico, que vem sendo registrada desde o início do ano, a superintendência do Hospital Universitário (HU) decidiu, ontem (22), adotar um elenco de medidas para não colocar em risco a segurança dos usuários. A partir desta quarta-feira (23), foram suspensas todas as cirurgias (pequeno, médio e grande porte), os internamentos de pacientes da clínica médica e pediátrica e o registro de novos pacientes na oncologia.
Os serviços ambulatoriais que demandem procedimentos cirúrgicos também foram suspensos temporariamente, assim como o atendimento na Hematologia, que, a partir de avaliação médica, terá de encaminhar o paciente para outros serviços da rede SUS. Segundo o gerente de Atenção à Saúde, Sebastião Praxedes, a crise no abastecimento do hospital foi gerada, principalmente, pela não descentralização dos recursos financeiros do Rehuf pelo Ministério da Saúde, uma prática que afetou todos os hospitais universitários administrados pela Ebserh.
Praxedes explica que não foi repassada nenhuma parcela do Rehuf [em torno de R$ 1,2 milhão mensal], ao hospital universitário de Alagoas nesse segundo semestre. Os recursos poderiam ser destinados ao pagamento de fornecedores, incluindo do setor farmacêutico, além de outras despesas. O Ministério da Saúde também não publicou a nova contratualização dos serviços do HU com o município de Maceió, resultando uma perda de mais de R$ 750 mil por mês, recursos que reforçariam a compra de insumos e medicamentos básicos. De acordo com Sebastião Praxedes, o hospital também vem sendo penalizado pelo Governo Federal com a falta de orçamento, a autorização que viabiliza a “compra” dos produtos.
O superintendente do HU, Paulo Teixeira, e os gerentes vêm fazendo gestão junto à Ebserh na tentativa de liberar parcelas dos recursos do Rehuf. Desde o final do primeiro semestre, os gestores do hospital também fazem alerta ao Governo Federal sobre a possibilidade de redução de procedimentos na instituição em função do desabastecimento.
As medidas adotadas pelo HU já foram comunicadas aos gestores da saúde do estado e do município de Maceió. Na avaliação do gerente Praxedes, o maior impacto para os usuários do sistema será a suspensão de cirurgias, incluindo as oncológicas, e o não atendimento a novos pacientes com câncer. Os indicadores do hospital apontam que 387 cirurgias, em média, são realizadas mensalmente na instituição. Em agosto, o HU contabilizou 9.936 atendimentos ambulatoriais, com uma média de consulta em torno de oito mil por mês.