Curso de Pedagogia comemora 60 anos na 7ª Bienal de Alagoas

Myllena Diniz - estudante de Jornalismo com fotos de Aline Lima

Jaraguá - Uma história marcada pela luta em prol da educação, da formação de professores e do ambiente democrático na academia. Assim tem sido a trajetória de 60 anos do curso de Pedagogia no Estado, que tem como principal polo de formação profissional o Centro de Educação (Cedu) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Durante a 7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, essa história foi relembrada no encerramento da Semana da Pedagogia. Na ocasião, um bolo fazia alusão à festividade, mas eram os troféus dos Guerreiros da Educação que indicavam a valorização dos principais atores do curso ao longo dos anos: professores, funcionários e ex-alunos que tornaram o Cedu referência na área.

Emocionado, Eraldo Ferraz, coordenador do curso da Ufal, ressaltou a importância de ex-professores e egressos das primeiras turmas para a autonomia do Centro de Educação. “É importante as pessoas serem reconhecidas pelo que fazem e esse é o momento mais propício. Quando cheguei, há 23 anos, encontrei a maioria deles. Essas pessoas me apoiaram, me ensinaram bastante e, principalmente, deixaram um legado para a Pedagogia”, declarou.

Para o diretor do Cedu, Cézar Candelas, o momento também era de grande emoção. Ele destacou que cada homenageado é um pedaço da história do curso. “São pessoas que elevaram o nome da Ufal e do Centro de Educação. É esse passado que traz para a universidade o exemplo do espaço democrático. Nossa história é feita com cada rosto que está aqui, porque todos representam a vida do Cedu”, lembrou.

O educador Élcio Verçosa, representante dos professores mais antigos, fez uma retrospectiva da Pedagogia em Alagoas. O curso, inaugurado em 12 de julho de 1955, teve sua história contada pelo docente. “A gente sai, passa um tempo longe e, às vezes, volta… Mas quando a gente sabe que há um lugar no coração dos que ficaram é muito gratificante. Nós conquistamos nosso espaço nos embates das reformas da Ditadura e conquistamos nossa autonomia, a partir da desvinculação ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas”, contou Verçosa.

Durante as comemorações, o representante do Movimento Estudantil de Pedagogia, Luciano Amorim, também destacou a importância da formação qualificada para quem ainda está na academia. Em seu discurso, ele ressaltou: “a contribuição que a Pedagogia proporciona na educação de nossos olhares, na construção da sensibilidade, da inquietação política e do despertar para o novo e diferente nos oferece uma formação única e com horizonte de combatividade”.

Avanços

De acordo com Eraldo Ferraz, a Pedagogia alagoana tem muito a comemorar. O professor destacou a oferta de cursos da modalidade de Educação a Distância (EAD), pela Universidade Aberta do Brasil (UAB); o fortalecimento do Núcleo de Educação Infantil, com a ampliação do quadro de professores por meio do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades (Reuni); ampliação do prédio e das salas de aula; e a oferta de turmas nos três turnos.

Atualmente, a graduação em Pedagogia da Ufal conta com 1200 alunos matriculados e 101 docentes em atividade. O Colegiado é aberto ao público das 7h às 22h, de segunda à sexta, sem intervalos. Pela avaliação do Ministério da Educação (MEC), o curso tem nota 4.

Durante a Bienal, novos números: “A Semana da Pedagogia foi um sucesso! Estou com a sensação de dever cumprido por ter colocada o ‘bloco’ na rua! Tivemos 1.507 inscritos, 229 trabalhos submetidos e 137 aprovados, 18 minicursos, 11 oficinas e 13 mesas-redondas. Estamos muito satisfeitos”, avaliou Eraldo Ferraz, organizador do evento.