Luiz Mott participa de 7º Encontro Nacional de História na Bienal de Alagoas

Ativista LGBT, Mott abriu sua fala comemorando a prisão dos assassinos do vereador Renildo


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Luiz Mott participa de 7º Encontro Nacional de História na Bienal de Alagoas
Luiz Mott participa de 7º Encontro Nacional de História na Bienal de Alagoas

Graça Carvalho - jornalista colaboradora com fotos de Aline Lima

Jaraguá - O cientista social, antropólogo, historiador e pesquisador Luiz Mott, um dos mais conhecidos ativistas brasileiros em favor dos direitos humanos e defensor intransigente dos direitos civis da comunidade Lésbica, Gay, Bissexuais, Travestis/Transexuais (LGBT), esteve na Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a convite dos organizadores do 7º Encontro Nacional de História da Universidade Federal de Alagoas.

Mott veio à Bienal falar sobre A inquisição em Alagoas: suas fontes na era digital, mas, como não poderia deixar de ser, por sua militância e compromisso com a causa LGBT, iniciou sua palestra comemorando a notícia da recente prisão dos autores do assassinato do vereador Renildo José dos Santos, do município alagoano de Coqueiro Seco [o fazendeiro José Renato de Oliveira e Silva, do oficial militar Luiz Marcelo Falcão, e do ex-PM Paulo Jorge de Lima].

“Gay assumido, o vereador Renildo teve morte anunciada e foi assassinado com requintes de crueldade por aqueles a quem teve coragem de afrontar na sua atividade política”, lembrou. Durante 22 anos, Mott acompanhou de perto o caso, reforçando a luta de militantes do movimento LGBT a exemplo do então presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Marcelo Nascimento, e do advogado e militante de direitos humanos, Pedro Montenegro, ambos presentes à palestra do professor Mott, juntamente com outros ativistas.

Movimento LGBT: Evolução positiva

Mott avaliou de forma positiva a evolução do  movimento LGBT, que, segundo ele, no Brasil, teve origem na década de 70 e, em Alagoas, há mais de 20 anos, tendo seu surgido com o GGAL. Para o ativista, embora não sejam marchas políticas, as Paradas do Orgulho Gay (que, no Brasil, tiveram início no final da década de noventa, em São Paulo e hoje  em diversos estados brasileiros, inclusive em Alagoas) têm ajudado a dar visibilidade às conquistas civis do movimento.

“As paradas também são um espaço de iniciação para muitos jovens que, pela primeira vez, têm ali a coragem de andar publicamente de mãos dadas com seu companheiro ou companheira. Apesar de não ser marcha política, têm conotação política que é uma política do corpo  e da liberdade, como também de denúncia  contra a homofobia, pois o Brasil é o campeão mundial de assassinatos de homossexuais”, destacou Mott, durante entrevista à imprensa, ao final da palestra.