Palestra e lançamento de livro marcam participação de antropólogo francês na 7ª Bienal de Alagoas
Michel Agier desenvolve estudos focados em migrações, descentramento e cosmopolitismo
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Diana Monteiro - jornalista com fotos de Renner Boldrino
A palestra com o etnólogo e antropólogo francês Michel Agier, denominada de Por uma antropologia das fronteiras, foi destaque na manhã desta segunda-feira, 23, na 7ª Bienal de Alagoas. Com abordagem centrada na relação entre globalização humana, condições e locais de exílio e formação de novos contextos urbanos, o renomado pesquisador destacou que todas as fronteiras sociais, temporais e espaciais são instáveis. Acrescentou que boa parte do mal estar contemporâneo existente é porque as situações de fronteira se multiplicam e as pessoas não estão preparadas para vivê-la.
Com estudos realizados também na África, no Oriente Médio e na Europa, Michel Agier, que é diretor de pesquisa do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento e de estudos na École des Hautes Études en Sciêncies Sociales, da França, destaca que, atualmente, há entre 15 e 17 milhões de pessoas vivendo em acampamentos e, mesmo estabelecidas, esses espaços são sempre considerados provisórios. “Os campos de refugiados se tornam lugar de formação inacabada e, do ponto de vista da antropologia contemporânea, essa nova situação está dentro da fronteira”, frisou.
Livro lançado
A participação do professor na 7ª Bienal foi marcada ainda pelo lançamento da segunda edição de seu livro Migrações, Descentramento e Cosmopolitismo – Uma Antopologia das Fronteiras, com tradução para o português feita pelos professores do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas, Bruno César Cavalcanti e Rachel Rocha (atual vice-reitora), além de Stela Lameiras, diretora da Edufal. A revisão técnica da obra é do professor Yann Hamonic, da Faculdade de Letras (Fale).
Na primeira edição (francesa), com publicação em 2013, o livro teve como título Fronteiras e na edição lançada na 7ª Bienal houve a alteração para A condição cosmopolita. Sobre essa mudança, Michel diz: “A alteração é pela vontade de aludir ao horizonte ao qual se dirige a reflexão que se expande na segunda edição, onde as fronteiras ocupam a maior parte da obra”, frisou.
O livro pode ser adquirido no estande da Edufal, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, durante a Bienal.
Sobre a Bienal
A 7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas traz como tema em 2015: Palavras, sons, imagens: universos de sentidos. Conta com a representação de editoras universitárias e comerciais do Brasil e do exterior, distribuídas em 133 estandes, com exposição de mais de 30 mil títulos, proporcionando a estudantes, acadêmicos, professores e comunidade em geral o contato material literário de diferentes áreas de conhecimento.
Para conferir a programação completa do evento, veja no link. Mais informações e novidades acesse o blog da Bienal e nossas redes sociais. A Bienal, em 2015, está presente no Instagram, Facebook, Twitter, Snapchat – bienalagoas e Periscope – @bienalalagoas.