Pesquisadores do Cinema apresentam trabalhos acadêmicos em Penedo

Atividade fez parte do encerramento do Festival Universitário de Alagoas


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Entre os pesquisadores Tiago Araújo, Beatriz Vilela, Roseane Monteiro e Cícero Rogério, a professora Ana Flávia Ferraz propôs a criação de um grupo de estudos em cinema
Entre os pesquisadores Tiago Araújo, Beatriz Vilela, Roseane Monteiro e Cícero Rogério, a professora Ana Flávia Ferraz propôs a criação de um grupo de estudos em cinema

Jhonathan Pino - jornalista, enviado especial a Penedo

Como todo evento que é realizado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Festival de Cinema Universitário de Alagoas também teve seu espaço para a apresentação de trabalhos acadêmicos. Em Penedo, o Centro de Extensão Universitária (CEU) recebeu quatro estudantes de graduação e pós-graduação para expor suas pesquisas, no último sábado (7).

Tiago Araújo foi um dos estudantes que estiveram no local. Ele é aluno de Cinema da Universidade do Recôncavo da Bahia (UFRB) e participou do Festival, pela segunda vez, agora apresentando um artigo científico. “Eu fiz uma relação do circo com o cinema e a linguagem, tanto circense, quanto cinematográfica, através da mise-en-scène, da hermenêutica e dos processos ativos de ambas as artes”, resumiu.

O aluno de mestrado em Sociologia da Ufal, Cicero Rogério, também tem como foco de estudos o Cinema, mas seu principal interesse é o erotismo dos filmes do diretor pernambucano Cláudio de Assis. No trabalho, ele faz uma análise fílmica a partir da cartografia do corpo e do desejo nos filmes Amarelo Manga, Baixio das Bestas e Febre do Rato. O pesquisador disse encontrar no Festival um dos poucos locais onde o centro de investigação é a própria cinematografia.

“No ano passado eu tive também apresentando o artigo e discutindo sobre Cinema. Pra gente que está fazendo pesquisa, essa parte é primordial, porque a gente consegue interagir com outros pesquisadores. A proposta é até de construir um grupo de trabalho aqui. Fora esse festival, em Alagoas, só a partir dos eventos promovidos pelo Programa de Sociologia, que abre espaço para diálogo, que eu consigo discutir o objeto do meu trabalho. Por isso que é importantíssimo manter, continuar e fomentá-lo”, completou.

Cicero veio com outra colega de curso, Beatriz Vilela, cujo tema de interesse também é o erotismo. “Atualmente eu investigo como os cinemas de bairro se reconfiguraram em cinemas pornôs, na virada da década de 1970 para 1980. Nesse momento, eu delimitei a pesquisa em Maceió, mas eu percebo que esse foi um fenômeno muito comum em todas as capitais do Brasil”, explicou Beatriz.

Em sua apresentação, ela apontou a importância do Festival para a familiarização do cinema em novos contextos sociais: “Esse Festival dá uma força muito grande a essa ideia de Cinema, mas não só aqueles que estão alojados nos shoppings, mas aqueles mais acessíveis, em que as pessoas que estão conversando, sentadas na porta das suas casas, podem sair e ir às praças para assistir. Acho que é um movimento muito de interação mesmo, entre a produção com as sociabilidades”, destacou Beatriz.

Ainda no início do mestrado em História da Ufal, Roseane Monteiro levou suas primeiras impressões de sua investigação realizada sobre a filmografia do alagoano Celso Brandão. Ela falou que, para fazer sua dissertação, está buscando espaços onde pode unir a compreensão do fazer cinema com a análise dos filmes e foi isso que a fez ir a Penedo.

“Olha, a viagem é cansativa, mas vale a pena, pelo contato com o pessoal que está trabalhando com o Cinema. Por exemplo, Beatriz e Cicero são das Ciências Sociais, eu, da História, e dividimos o mesmo bloco, mas eu não sabia de nenhum dos trabalhos deles e a gente descobriu que aqui temos mais pontos em comum do que lá e eu acho que hoje essa ponte que a gente fez aqui vai ajudar nas nossas pesquisas, então, isso aqui foi um espaço de encontro que a gente não tem na Ufal, lá em Maceió”, frisou a mestranda.